Cuidar do Corpo e do Espírito

Analisando o pensamento científico a respeito do espaço sideral em relação à causalidade do universo, o cientista da Califórnia, George Smoot, afirma o seguinte: "Quando examinamos de perto o "Big Bang", o evento mais cataclísmico que podemos imaginar, descobrimos que ele parece ter sido cuidadosamente preparado". Os astrofísicos ensinam que a grande explosão inicial, dando formação ao cosmos, ocorreu há cerca de 15 bilhões de anos, num tempo muito inferior a um trilionésimo de segundo, sendo que o universo inicialmente ocupava, apenas, um espaço físico muito inferior a um trilionésimo do núcleo de um átomo. A temperatura era bastante superior a um trilhão de graus Celsius. Impossível, diante de tais revelações científicas, não crer em uma inteligência, imaterial e onipotente, causa motriz do cosmos, desde que o acaso não pode produzir semelhante efeito, de espantosa complexidade.
Em verdade, uma bomba foi acionada e a sua origem se encontra fora dos parâmetros da ótica material. Pode-se afirmar que o cosmo se materializou, naquele instante, havendo a possibilidade, portanto, de existirem outros universos semelhantes ao nosso, albergando também cada um algumas centenas de bilhões de galáxias e dez bilhões de trilhão de planetas. Portanto, a presença de um superintelecto criador é patente e insofismável, a quem o Mestre chamava de "Meu Pai" e o Evangelho define como "Amor".
Certamente, a vida pulula com abundância no espaço sideral, reafirmando o princípio básico espírita da "pluralidade dos mundos habitados", por sinal já ensinado pelo Mestre Jesus, no Evangelho de João, 14:2: "Na casa de meu Pai há muitas moradas".
A presença do Criador como artífice maior das galáxias, já foi confirmada pela ciência, através do pesquisador George Smoot, divulgando dados obtidos do satélite COBE (Cosmic Background Explorer), afirmando a presença de ondulações na radiação cósmica de fundo, a qual corresponde à energia remanescente da grande explosão inicial, ou seja, os restos do "Big Bang".
A identificação das ondulações revela a existência de um agente causal, na formação do mundo sideral, justificando, inclusive, à organização de bilhões de galáxias, bem diferenciadas em enxames e não distribuídas aleatoriamente por todo o universo, o que aconteceria se o acaso pudesse presidir a formação do "Big Bang".
Anunciando a descoberta das ondulações na radiação cósmica de fundo, o cientista Smoot afirmou, em grande momento de inspiração: "Se você é religioso, isto é como olhar para Deus... Estas são as estruturas mais antigas e maiores jamais vistas. Não apenas são as sementes da estrutura atual do universo, isto é, das galáxias e enxames de galáxias, mas são evidências do nascimento do universo e existem desde o momento da criação".
Para o famoso homem de ciências, perceber as ondulações, "era como detectar as impressões digitais do Criador", identificando no cosmo as marcas deixadas por Ele. Sir James Dean, na obra O Universo Misterioso, relata que o espaço sideral "começa a parecer mais um grande pensamento do que uma grande máquina", ao lado das palavras grandiosas de Albert Einstein: "O espírito científico, fortemente armado com o seu método, não existe sem a religiosidade cósmica". O insigne descobridor da "Lei da Relatividade" explica-nos que a religiosidade cósmica "consiste em espantar-se, em extasiar-se, diante da harmonia das leis da natureza, revelando uma inteligência tão superior que todos os pensamentos do homem e toda a sua criatividade só podem desvendar, diante dela, a sua própria insignificância".
A astrofísica hodierna expressa a opinião de que há realmente uma inteligência que regula a evolução do mundo sideral. O cientista Robert Jastrow faz a seguinte observação: "Considere a enormidade do problema. A ciência provou que o universo surgiu através de uma explosão em determinado momento. Perguntamos: Que causa produziu este efeito? Quem ou o que colocou a matéria e a energia no universo? E a ciência não pode responder a essas questões, porque, de acordo com os astrônomos, nos primeiros momentos da sua existência, o universo estava extraordinariamente comprimido, e era devorado pelo calor de um fogo que está além da imaginação humana”.
No presente momento de nossa evolução, estamos estagiando em um planeta, a Terra, a qual, diante do espaço sideral, não passa de um pequeníssimo ponto e seu diâmetro é menor que a centésima parte do diâmetro do Sol. Segundo Carl Sagan, em sua majestosa obra ”Cosmos”, nossa morada “é um diminuto ponto de rocha e metal, brilhando debilmente pela luz solar refletida”.
A Terra é um dos menores planetas, dentro do Sistema Solar, unidade infinitesimal da borda exterior da grande galáxia que forma a Via-Láctea, que é apenas uma galáxia diante de bilhões de outras. Calcula-se que, em nossa galáxia, pululam uma centena de bilhões de estrelas, sendo o Sol apenas uma estrela de quinta grandeza, situado na Via-Láctea como um grão de areia no deserto. A despeito de sua insignificância em relação ao universo, sem ele não haveria vida na Terra.
Em realidade, a distância do Sol ao centro da galáxia é incomensurável. A medida é realizada através da velocidade da luz que percorre, por segundo, cerca de 300.000 quilômetros. Em um ano, o raio luminoso atravessa cerca de dez trilhões de quilômetros, o que corresponde a uma unidade de comprimento denominada ano-luz. Do Sol ao centro da Via-Láctea são 300.000 anos-luz.
Diante de informações científicas tão espetaculares, revelando a grandiosidade da criação divina diante do oceano de galáxias, o habitante terreno se cientifica que vive numa esfera física insignificante do universo e apesar de ser “um bicho da terra tão pequeno”, como dizia Camões, já conquistou muita sabedoria e granjeou informações importantíssimas a respeito do cosmos.
Inobstante à pequenez da Terra, comparando-a com a grandeza dos rincões celestes distantes, o homem se deslumbra com a beleza dessa esfera luminosa azulada, brilhando em uma sombria esquina de subúrbio da Via-Láctea, coberta em grande parte por mares e oceanos (hidrosfera). Ao mesmo tempo, digno também de admiração, constata-se que a camada mais externa é formada por gases e o seu elemento principal, o oxigênio, associado à água líquida, tornam possível a vida dos seres humanos, animais e vegetais (biosfera), iniciada há cerca de 3,5 bilhões de anos.
Infelizmente, apesar de todo o progresso conquistado, o homem ainda não sabe se cuidar e, além de se agredir constantemente, alimentando-se mal, envolvido em hábitos e padrões sociais de estilo de vida péssimos, persiste em querer destruir igualmente sua morada no universo, importantíssima para o seu aprimoramento espiritual, começando a obter, com trabalho ou esforço, “olhos para ver” e “ouvidos para ouvir” (Evangelho de Mateus 11:15).
A exaustão de recursos vitais como a água e os efeitos danosos do aquecimento global já estão à mostra de todos, exigindo medidas drásticas para amenizá-los o mais rápido possível. As geleiras do planeta vêm diminuindo e a Terra paulatinamente está esquentando, registrando-se dias cada vez mais quentes há aproximadamente 10 anos. Verifica-se que o clima está mudando em todos os países. Os níveis de dióxido de carbono estão altíssimos, atingindo índices assustadores. Os oceanos estão se tornando mais quentes.
As queimadas nas matas continuam, acarretando acentuada liberação de gases e vapores na atmosfera. Ao mesmo tempo, o processo maléfico é sustentado diuturnamente com o despejo de gases poluidores decorrentes da combustão dos carros e das indústrias. A camada de ozônio sofre intensa destruição, perdendo a função precípua de proteção da atmosfera, deixando o planeta exposto aos intensos raios solares, fazendo com que a temperatura do planeta aumente assustadoramente.
O grande desafio para a humanidade atual é se conscientizar da gravidade do momento e partir para uma mudança radical no seu estilo de vida. O Espiritismo nos dá o esclarecimento necessário e fornece subsídios para a importância do desprendimento e da fraternidade entre os povos. Em verdade, como filhos de Deus e imortais herdeiros de todo o mundo sideral, somos proprietários de incalculável número de moradas, importantes e necessárias para granjearmos conhecimentos, despertarmos potencialidades e progredirmos incessantemente, até chegarmos à perfeição relativa, tão bem assinalada e exercida pelo excelso Mestre Jesus: “Sede vós perfeitos...”.
No momento em que nos conscientizarmos plenamente da presença magnânima de Deus em nós, sentiremos a verdadeira felicidade, a qual já é vivenciada pelos espíritos puros, como o Cristo: "Pai, a minha vontade é que onde estou, estejam também comigo os que me deste." (Evangelho de João: 17:24).