No capítulo 12, com o título “Dívida Agravada”, do livro Ação e Reação, psicografado pelo médium Chico Xavier, o Espírito André Luiz narra o seguinte fato ocorrido na Mansão da Paz, instituição localizada nas regiões umbralinas do mundo espiritual:
Passava Silas nos arredores da Mansão para atender espíritos desesperados e tristes em companhia de Hilário e dele também (André Luiz), quando uma senhora desencarnada, com sinais de irreprimível angústia, o chamou nominalmente: "Assistente Silas! Assistente Silas!..." Era Luísa, uma senhora desencarnada, com sinais de grande angústia, que clamava sem preâmbulos: "Socorro!... Socorro!... Minha filha, minha pobre Marina esmorece... Tenho lutado com todas as minhas forças para furtá-la ao suicídio, mas agora me sinto enfraquecida e incapaz..."
A infeliz, então ajoelhada, ergueu os olhos lacrimosos e rogou: "Assistente, perdoe-me à insistência em falar-lhe de meu infortúnio, mas sou mãe... Minha desventurada filha pretende matar-se esta noite, comprometendo-se, ainda mais, com as trevas da sua consciência!..." Silas aconselhou-lhe retornasse de imediato ao lar terreno e explicou aos amigos que Marina era uma companheira da Mansão, reencarnada havia quase trinta anos, sob os auspícios da Mansão da Paz.
Tratava-se de um caso de débito agravado, que requeria máxima atenção e o necessário auxílio. O grupo dirigiu-se, em seguida, à Crosta e logo chegou a pequena moradia, constituída de três cômodos desataviados e estreitos. Era a casa de Marina, onde, num quarto humilde, uma menina de dois a três anos choramingava, inquieta, sendo possível ver nos seus olhos esgazeados e inconscientes o estigma dos que foram marcados por irremediável sofrimento ao nascer.
Suicídio frustrado
Marina, de joelhos, beijava sofregamente a filhinha, mostrando a indefinível angústia dos que se despedem para sempre. Em seguida, tomou de um copo em que se encontrava o veneno. Antes, porém, de levá-lo à boca, eis que Silas lhe disse em voz segura: "Como podes pensar na sombra da morte, sem a luz da oração?".
A infeliz não lhe ouviu a pergunta, mas a frase invadiu-lhe a cabeça qual rajada violenta; seus olhos ganharam novo brilho e o copo tremeu-lhe nas mãos, então indecisas. O Benfeitor Espiritual Silas estendeu-lhe os braços, envolvendo-a em fluidos anestesiantes de carinho e bondade.
Dominada de novos pensamentos, Marina recolocou o recipiente no lugar de antes e, sob a vigorosa influência do Assistente, levantou-se automaticamente, estirando-se no leito, em prece:
"Deus meu, Pai de Infinita Bondade, compadece-te de mim e perdoa-me o fracasso! Não suporto mais... Sem minha presença, meu marido viverá mais tranquilo no leprosário e minha desventurada filhinha encontrará corações caridosos que lhe dispensem amor... Não tenho mais recursos... Estou doente..."
Silas administrou-lhe passes magnéticos de prostração e, induzindo-a a ligeiro movimento do braço, fez com que ela mesma, num impulso irrefletido, batesse com força no copo, derramando o veneno. Reconhecendo no próprio gesto impensado a manifestação de uma força estranha a entravar-lhe a possibilidade da morte deliberada, ela passou a orar em silêncio, com evidentes sinais de temor e remorso, atitude mental essa que lhe acentuou a passividade e da qual se valeu Silas para conduzi-la ao sono provocado. O Assistente emitiu forte jato de energia fluídica sobre o córtex encefálico dela, e a moça, sem conseguir explicar o torpor que lhe invadia o campo nervoso, deixou-se adormecer pesadamente.
Silas informou, então, que Marina viera da Mansão para auxiliar Jorge e Zilda, dos quais se fizera devedora. No século passado, ela se interpusera entre os dois, quando recém-casados, impelindo-os a deploráveis leviandades que lhes valeram angustiosa demência na erraticidade. Depois de longos padecimentos, permitiu o Senhor que os três renascessem no mesmo quadro social, para o trabalho regenerativo.
Prevenção do suicídio
Diante desse fato narrado pelo espírito André Luiz, fica bem claro que, por mais que você esteja sofrendo, não pense jamais em desertar da vida pela porta falsa do suicídio. Peça socorro a Deus pela prece, pois a ajuda divina nunca falha nas horas de maior dificuldade. Você pode orar ao Pai Celestial diretamente, sem intermediários, abrindo seu coração para Ele com fé e sinceridade. Mas não deixe o desespero tomar contar de você, porque a resposta para o seu problema pode surgir a qualquer momento. Faça a sua parte orando a Deus, e não pense em hipótese alguma em se matar, pois a vida continua!
Por outro lado, também consideramos em nosso livro Suicídio e Suas Conseqüências, disponível na Livraria do CEERJ – tel. 2224-1553, o amparo que o suicida recebe no mundo espiritual com vistas a sua recuperação, para, depois disso, reparar o erro cometido contra ele mesmo num corpo enfermo, em futura reencarnação, porque Deus não permite que ninguém sofra eternamente. Ele sempre dá chances para o espírito recuperar-se.
Agora, se você está abafado e sofrendo por dentro, eu lhe pergunto: há quanto tempo você não desabafa o seu problema com uma pessoa da sua confiança? Desabafe com alguém que possa ouvi-lo. Lembre-se de que até Jesus precisou do Cirineu para carregar a Sua pesada cruz. Seja humilde e busque ajuda, pois é preciso buscá-la para encontrá-la.
E se você estiver precisando desabafar, ligue para o telefone 141, do CVV – Centro de Valorização da Vida, que mantém um programa de prevenção ao suicídio baseado na doação da amizade. Pense bem, por que carregar sozinho o peso da sua dor? Divida o peso dela desabafando. Além disso, confie em Deus, pois Ele deseja a felicidade de todos os Seus filhos. E lembre-se sempre que Deus tem estradas onde o homem não tem caminhos!