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Artigo do Jornal: Jornal Novembro 2020
Escrito por: Alexandre Gusmão
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Em 19 de setembro de 1860, ocorre em Lion, na França, uma reunião na qual os espíritas Lioneses oferecem um banquete a Allan Kardec. Nessa oportunidade - a fim de elogiar não só a quantidade, mas a qualidade dos espíritas que ali encontrou -, Kardec vai mencionar as três categorias de espíritas que até então havia identificado¹:

1º - “Os que se limitam a crer na realidade das manifestações procuram, antes de tudo, os fenômenos; o Espiritismo é simplesmente para eles uma série de fatos mais ou menos interessantes”;

2º - “Os segundos nele veem outra coisa além dos fatos; compreendem-lhe a importância filosófica; admitem a moral que dele decorre, mas não a praticam: para eles a caridade cristã é uma bela máxima, mas eis tudo”;

3º - “Os terceiros, enfim, não se contentam em admirar a moral: a praticam e lhe aceitam todas as consequências. Bem convencidos de que a existência terrestre é uma prova passageira, tratam de aproveitar os seus curtos instantes para marchar no caminho do progresso que os Espíritos lhes traçam e, esforçando-se por fazer o bem e reprimir os seus maus pendores; suas relações são sempre seguras, porque as suas convicções os distanciam de todo pensamento do mal; a caridade é, em toda coisa, a regra de sua conduta - estes são os verdadeiros Espíritas, ou melhor, os Espíritas cristãos”.

A esse respeito, não podemos deixar de mencionar a analogia que Kardec tece das características dos Espíritas ao comentar a parábola do semeador², onde afirma que essa parábola exprime perfeitamente os matizes existentes na maneira de serem utilizados os ensinos do evangelho em nós. Levando-nos a meditar a respeito de como se encontra nosso terreno interior para recepção do evangelho.

Larissa Chaves no episódio 17 do estudo da Revista Espírita do canal Inspiração ao comentar essa passagem do banquete de Lion, chama-nos a atenção justamente sobre esse ponto: Como temos recepcionado a doutrina em nós? Ou em que categoria nos enquadramos? Somos aqueles que acabamos de entrar na doutrina e, ainda, admiramo-nos somente com as manifestações e os fenômenos? Ou somos aqueles que uma vez tendo adentrado na doutrina, já permitimos que também seus princípios entrem em nós, ou seja, compreendemos sua importância filosófica e admitimos sua moral? Ou já somos aqueles que, após termos adentrado na doutrina, permitimos que a doutrina nos preencha e nos esforçamos para que os princípios e sua moralidade finalmente saiam de nós; ou seja, buscamos praticá-la?

Lembra-nos Kardec que […] “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”. /[…] ³. Para esse bom combate, precisamos fazer a nossa parte cuidando de nosso terreno íntimo, sabendo que haverá geadas e tempestades, mas que depende somente de nós retirarmos toda tiririca e afastarmos todos os gafanhotos de nossa lavoura.

Esforcemo-nos, portanto, no árduo, porém profícuo trabalho de lavrar o terreno de nossos corações a fim de que as sementes do evangelho não sejam devoradas pelos pássaros ou tão pouco caiam em terreno pedregoso ou entre espinheiros; mas, sim, em terra boa, produzindo cem por um, os doces frutos do amos e da caridade.

Que a paz do Senhor seja em nossos corações hoje e sempre.

 

Assista a essa reflexão completa e a outros estudos nos canais do Inspiração Espírita do Youtube e Inspiração pelo Mundo no Facebook e Instagram.1

1 Revista Espírita de outubro 1860 - Banquete oferecido pelos Espíritas lioneses ao Sr. Allan Kardec.
² O Evangelho segundo o Espiritismo: cap. XVII item 5.
³ O Evangelho segundo o Espiritismo: cap. XVII, item 4.

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