Um pai, meu correspondente, me fez a seguinte colocação:
No Evangelho no Lar costumamos magnetizar a água ao final da reunião. Para isso, os participantes impõem suas mãos sobre o frasco com água fresca e, após a prece, todos ingerimos aquela água.
E continuou:
Um filho meu, de 8 anos de idade, colocou esta indagação:
- Pai, eu não entendo! Se a energia que colocamos no copo vem de dentro de nós, sai daqui (e colocou a mãozinha no peito), por que precisamos colocar no copo e beber, se já está dentro de nós? Não faz sentido!
O pai falou para ele que era uma ótima pergunta. Tentou explicar, mas acha que não foi claro nem convincente...
E assim surgiu a questão.
Respondi-lhe dizendo que a pergunta da criança era muito pertinente e que, por isso mesmo, enviei meus parabéns pela sagacidade assim como pela boa reflexão. Afinal, criança que pergunta e argumenta é portadora de uma virtude que deve ser admirada e estimulada.
Informei que faria um comparativo para facilitar a compreensão do jovem entrevistador.
Nossas glândulas salivares produzem uma certa "água" chamada saliva. Muito embora nossa saliva esteja interna em nós, ela sozinha não adianta muito, por exemplo, num pequeno ferimento que tenhamos num braço; será preciso exteriorizá-la e apô-la, por uma "lambidinha", na ferida, para ampliar o processo de cicatrização. Ou seja: mesmo eu possuindo algo em mim preciso expelir para poder dar uso. Percebe? (essa proposta, embora criticada por muitos, é praxe para várias pessoas quando sofrem leves arranhões, bem como para muitos animais, que se cicatrizam com a ajuda da língua). Em resumo: aquilo que estava dentro precisou ser exteriorizado e aplicado para poder funcionar.
Um outro exemplo, um pouco mais elaborado, é que muito embora tenhamos conhecimentos e inteligência, só mesmo quando materializamos o que está dentro de nossa mente é que podemos, de fato usufruir daquele do realizado.
Por analogia, precisamos compreender que possuímos determinados fluidos que estão bem alojados em determinados “compartimentos da alma”, e para que eles atuem de uma forma variada ou com alcances diferentes, será necessário "pô-los pra fora".
Quando magnetizamos uma água e, para isso, liberamos fluidos que estão em nós, o próprio processo de exteriorização desses fluidos dota-os de potenciais diferenciados e, por isso mesmo, podem se destinar a outros propósitos. Afinal, a força que faz a convergência dos fluidos em nosso organismo é aquela chamada componente centrípeta dos movimentos dos centros vitais, enquanto a que se exterioriza é a componente centrífuga; e apesar de ambas advirem do mesmo centro vital e decorrentes do mesmo movimento circular, cada uma tem seu papel peculiar nos processos de conservação e exteriorização dos movimentos vitais.
Afora isso, havemos de lembrar que a participação do ambiente externo, da vontade interior no sentido do benefício a ser auferido e da interferência direta dos anjos e amigos espirituais que participam dos trabalhos, tudo isso altera e amplia os potenciais em uso nesse tipo de magnetização.
Portanto, o uso do “eu para eu mesmo” é muito significativo e poderoso, especialmente, quando cuidamos para que tudo seja bem dirigido às melhores buscas pelo bem.