O ano 2020 está sendo atípico com a pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19).
As primeiras notícias sugeriam que, até o final do primeiro semestre, ela poderia estar sob controle, mas descobriu-se que estamos vulneráveis para uma segunda onda do vírus, e até mesmo uma terceira onda.
No momento em que escrevo este texto, estamos com mais de mil mortes diárias no Brasil; portanto, estamos falando em mais de trinta mil mortes por mês de pessoas infectadas. E já ultrapassamos dois milhões e meio de pessoas diagnosticadas com a infecção viral. A pandemia não é uma brincadeira, nem passageira, pois os cientistas já concluíram que ela somente será debelada quando tivermos uma vacina.
Muitas pessoas perguntam por que Deus permite essa tragédia coletiva. Allan Kardec não deixou de questionar os espíritos superiores a esse respeito. Eles esclarecem, a partir da questão 737 de O Livro dos Espíritos, que isso acontece porque a destruição, que faz parte da lei divina, é necessária para a regeneração moral dos homens e mulheres, que assim alcançam um novo grau de perfeição.
A tragédia coletiva, como a pandemia, é uma prova para exercitarmos a inteligência e desenvolver os sentimentos de abnegação, desinteresse próprio e amor ao próximo. Não é castigo divino, pois Deus é amor, mas é, com certeza, consequência do nosso egoísmo, do mal uso reiterado do livre arbítrio.
Se fossemos mais previdentes, se utilizássemos o progresso tecnológico apenas para o bem coletivo, se colocássemos em prática a lei de amor, os flagelos destruidores seriam muito minimizados. Muitos sofrimentos são devidos à nossa imprevidência, aos nossos egoísmo e orgulho.
Como Deus é justo, cada indivíduo recebe, em menor ou maior proporção, a parte que lhe cabe, e se não houver indolência de nossa parte, e sim resignação, os males não serão agravados. Tudo depende do que fazemos com o livre arbítrio.
Saibamos obedecer os protocolos de prevenção sanitária e de saúde, colaborando com o combate ao vírus. E não esqueçamos que esta é a hora da solidariedade, da renovação de valores morais, para que, quando tudo passar, possamos estar um passo à frente para a felicidade, justiça social e paz na humanidade.
Marcus de Mario é educador, escritor, palestrante, colaborador da Rádio Rio de Janeiro e diretor do Instituto Brasileiro de Educação Moral – www.ibemeduca.com.br.