Há exatos 165 anos o Sr. Hippolyte Léon Denizard Rivail, então com 50 anos adentrava a casa de número 18 da rua Grange Batelière (Paris), pertencente a sra. De Plainemaison para assistir a uma sessão de mesas girantes. O desconfiado professor inspecionou discretamente o ambiente em busca de sinais de traquitanas ocultas, pois precisava se certificar que não ocorreriam manipulações no fenômeno[1]. Convidado, três vezes, a tomar conhecimento das mesas girantes, não se permitiu contaminar pelo entusiasmo dos ingênuos nem com o cepticismo dos presunçosos. Antes porém, adotou uma postura racional que definiria os rumos de sua existência, aguardando que os fatos confirmassem as informações.[2] . Graças a semente plantada nessa noite na mente do professor Rivail, hoje temos o pentateuco Espírita que a tantas almas tem consolado e despertado para os valores maiores do espírito.
Por isso, Vianna de Carvalho através da psicografia de Divaldo Franco traz no livro Espiritismo e Vida uma missiva de gratidão a esse Espírito que enfrentou tantos desafios materiais e morais para nos deixar essa obra transformadora. É sob o título de “Tributo a Kardec”, que Vianna de Carvalho nos mostra a genialidade, a coragem, a perseverança e a dedicação de Kardec para cumprir sua missão de codificador e obreiro na reconstrução daquilo que fora destruído.[3] .
Lucas Ramos na página do facebook “Inspiração pelo mundo”, comenta essa belíssima página, apresentando-nos o panorama tumultuoso da época de Napoleão 3º, que impôs leis restritivas à liberdade de imprensa e de pensamento, proibindo inclusive reuniões públicas ou particulares sem permissão da polícia. Conta-nos ainda, das dificuldades financeiras que Kardec sofreu na época, tendo que abandonar o magistério. E quando foi surpreendido pelo vício do tio-sócio, que se entregava à jogatina, exigindo-lhe sacrifícios expressivos. Sem contar o sem número de calúnias e ultrajes sofridos daqueles que, ante a impossibilidade de igualarem-se a sua genialidade, tentavam sem sucesso ultrajar sua existência.
Apesar destas e tantas outras dificuldades, diz-nos Vianna de Carvalho, ele jamais titubeou ante a certeza do dever a cumprir, nunca temendo qualquer tipo de perseguição e infâmia e permanecendo extremamente correto no desempenho da sublime tarefa.[2]
É por esse motivo que assim como Vianna de Carvalho e tantos outros, deixamos aqui nosso profundo agradecimento, cientes contudo que não existem palavras para expressar o sentimento de gratidão que todo espírita traz consigo por esse homem, que dedicou os anos finais de sua existência terrena ao objetivo de implantar na Terra o reino dos Céus, atualizado pelos notáveis contributos da ciência, sem contudo olvidar da caridade.[2]
Enfim, que “Deus te abençoe, Hippolyte Léon Denizard Rivail, inolvidável mestre Allan Kardec, apóstolo da Era Nova, por todas as gloriosas contribuições que nos trouxeste ao conhecimento em nome de Jesus-Cristo, através dos Seus Mensageiros, a fim de que nestes dias, igualmente tumultuosos, possamos confiar no amanhã, construindo a felicidade no imo dos corações!”[2]
Que assim seja!
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Bibliografia
1: Souto; Marcelo, Kardec, A Biografia,
2: Franco; Divaldo, Espiritismo e Vida,
3: Kardec, Allan, Obras Póstumas,