Esta é a pergunta da vez: Fazer o quê?! Antes, de forma popular, ela apenas significava que o ocorrido estava sem jeito, mas... e agora? Quando se pergunta isso, logo as mentes correm a falar e pensar sobre coronavírus, afastamento social, crise financeira, mortes aos montes... Pelo que vale perguntar uma vez mais: e agora... fazer o quê?!
Enquanto humanidade, já atravessamos pandemias tão ou mais violentas do que a atual, porém, hoje, dispomos de arsenais tecnológicos e de conhecimento de ataques medicamentosos muito vastos; entretanto, nem mesmo isso tem sido suficiente para determos esse verdadeiro flagelo universal. Somos o mundo visível, maior, com a sensação de que somos superiores a tudo e a todos, então vem um bichinho quase invisível e se põe a derrubar pessoas, sociedades, economias, governos, países e continentes. Por onde anda nossa sabedoria, com a qual se está lutando tanto e com tão frágeis resultados?
Na vida prática temos discutido muito o “sexo dos anjos”, contudo muito ainda falta para avançarmos e aprofundamos, de forma mais espiritual, nos vários campos que envolvem o ser; inclusive, descobrimos, meio tardiamente, que mesmo campos materiais e psíquicos ainda sejam muito pouco conhecidos.
As hipóteses espíritas, lembrando-nos de que somos seres espirituais e que, como tais, trazemos um campo energético de alta elaboração em nós mesmos, têm sido pouco repercussivas ao ponto de não nos mobilizar na direção de melhores análises e estudos acerca desse campo. E não é falha da doutrina em si, mas sim dos que somos ou nos dizemos seus seguidores. Temos falado e escrito bastante sobre os valores espirituais e psíquicos dos seres, mas nos movimentamos nessas estruturas tal qual se dá com os movimentos de bebês quando ensaiam seus primeiros passos. Temos todo um rico e quase virgem campo a ser desbravado e estudado, para que aprendamos e apreendamos as nuances que poderão nortear para os avanços que já deveríamos ter realizado, entretanto ficamos na periferia ao dizer que é difícil, pesado, complicado e tantas coisas...
Quando Allan Kardec recebeu dos Espíritos a resposta: “Em alguns (casos de convulsão coletiva) é, exclusivamente, efeito do magnetismo que atua sobre o sistema nervoso, do mesmo modo que certas substâncias” (1), estavam ali sendo abertas as portas para que investigássemos, com mais acuidade, as entranhas do sistema nervoso e, na sequência, descobríssemos os intricados caminhos pelos quais o Magnetismo interfere no sistema nervoso do ser humano.
Por sabermos que os sistemas nervoso e imunológico comportam particularidades muito complexas, é lógico que estudiosos devem se debruçar sobre eles – e os acadêmicos vêm fazendo isso sistemática e profundamente ao longo da história recente –, só que para se desenvolver um saber mais seguro sobre como atuar e repercutir sobre ele é necessário que se vá muito além do que a fisiologia percebe. Nesses sistemas, as interferências dos chamados campos perispirituais/espirituais são determinantes para qualquer domínio que se pretenda ter no futuro.
E o coronavírus veio pegar pesado num deles: o imunológico – se bem que seus efeitos vão muito além disso. E aqui podemos tecer algumas reflexões. O grupo de risco predominante é formado por pessoas de idade, que apresentem problemas pulmonares e comorbidades implicadas. Muito bem. Essas circunstâncias, na sua grande maioria, dizem que o sistema imunológico está diretamente relacionado. Em sendo assim, que tal pensarmos em meios de reforçar ou reequilibrar esse sistema?
É onde o estudo do Magnetismo pode nos oferecer hipóteses, tanto para nossas reflexões como, sobretudo, para nossas experiências e pesquisas.
Vejamos algumas delas: reforçar o timo, especialmente dispondo-o em relação fluídica mais intensa com o centro vital laríngeo; a partir daí direcionar fluidos de efeitos “isolantes” das paredes pulmonares, os quais também revestiriam as unidades dos alvéolos, bem como as camadas dos brônquios; harmonizar, a todo custo, o sistema esplênico, com isso protegendo fígado e rins, tal como pondo-os às filtragens mais eficientes; implicar na medula para a produção de mais especializadas células sanguíneas, com isso reforçando as condições de defesa desse sistema...
Naturalmente se perguntará: e como se faz isso? É onde o desconhecimento básico do Magnetismo faz uma falta tremenda. Aquilo que se criticava sem saber, como gestos, movimentos, velocidades, distâncias, sopros e outros, agora são requeridos, de forma quase ingênua, que sejam aplicados, e isso dentro de uma dimensão de milagres. Fazer o quê?!
Quando Allan Kardec viveu em sua época uma pandemia de cólera, assim escreveu:
(...) seria absurdo crer que a fé espírita seja um certificado de garantia contra o cólera; mas como está cientificamente reconhecido que o medo, enfraquecendo ao mesmo tempo o moral e o físico, torna mais impressionável e mais suscetível de receber os ataques das moléstias contagiosas, é evidente que toda causa tendente a fortalecer o moral é um preservativo”.2
E esse preservativo a vivência espírita nos fornece em todos os seus princípios básicos.
Por outro lado, de forma simples, direta e complementar, devemos: estudar, praticar e servir. Este é o melhor caminho para amanhã não nos surpreendermos novamente com esses ataques imprevisíveis do mundo invisível, seja ele material ou espiritual.
E agora; fazer o quê?!
1 Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, questão 483.
2 Kardec, Allan, in Revista Espírita, edição novembro-1865, artigo: O Espiritismo e o cólera.