Na concepção da psicologia analítica, quando um problema afeta de maneira intensa a infância é necessário procurar nos pais a raiz dos problemas. É que, imersos no psiquismo familiar, não raro as crianças e jovens refletem os desajustes vivenciados no lar. Isso se dá ainda mais intensamente na 1ª infância, quando a criança vive um estado de participation mystique, que reflete uma identificação quase total com o ambiente que a cerca. Estando o ego em formação, absorve tudo quanto se lhe projeta.

Nesse sentido, quando vemos problemas que antes eram quase que exclusivamente restritos aos círculos adultos, tais quais a depressão e o suicídio, atingirem idades cada vez mais precoces, é o momento de se perguntar o que nós, vivendo a idade madura (embora às vezes sem maturidade), estamos fazendo ou deixando de fazer, e que vem afetando de maneira tão intensa os jovens. Automutilação, os jogos de autoextermínio da “Baleia Azul” e similares, seriados de TV explorando o suicídio juvenil, dentre outros exemplos recentes, refletem o preocupante estado que atingimos.