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Artigo do Jornal: Jornal Dezembro 2019
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Nestes artigos em série estamos agora nos detendo na análise da PARTE TERCEIRA da obra de Allan Kardec O LIVRO DOS ESPÍRITOS, que trata Das Leis Morais. Todas as transcrições feitas de suas páginas no presente escrito e nos seguintes são trechos da 80ª edição da Federação Espírita Brasileira.

No texto precedente abordamos a lei de adoração, neste vamos refletir sobre a lei do trabalho.

Iniciando o estudo do tema chamamos a atenção do leitor para o seguinte detalhe:

De acordo com a conceituação genuinamente kardequeana trabalho é ocupação útil (resposta à Questão nº 675) e não qualquer atividade.

Muita gente se entrega a ocupações sem a menor utilidade, e às vezes até nocivas, em termos pessoais e coletivos, como as de jogo de azar e fabricação de armamentos de guerra, pensando que com isso está trabalhando, quando na realidade se encontra apenas tentando ganhar dinheiro.

Que fique bastante claro para a nossa consciência está verdade incômoda: tudo aquilo que fazemos como profissionais ou por diletantismo, sem nenhum benefício para os nossos semelhantes, não é trabalho, é distração, divertimento ou delito.

A pergunta sobre trabalho de nº 676 do citado livro, teve dos Espíritos que nos transmitiram a doutrina, na página 329, uma lúcida resposta da qual podemos extrair este fragmento de frase:

“Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que o seu alimento, sua segurança e seu bem estar dependem do seu trabalho...”

No Capítulo III de O LIVRO DOS ESPÍRITOS em foco, página 330, há um trecho que merece especial consideração nos tempos modernos. Este:

“681. A lei da Natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para seus pais”?

“Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural. Foi para que, por essa afeição recíproca, os membros de uma família se sentissem impelidos a ajudarem-se mutuamente, o que, aliás, com muita frequência se esquece na vossa sociedade atual.”

O que presentemente mais observamos no seio das famílias não é bem os filhos adultos trabalhando para dar maior conforto aos pais envelhecidos, e sim continuarem os explorando, ora para cuidar dos netos, ora para bancar com os vencimentos de sua aposentadoria a maior parte das despesas da casa. Isto sem receberem justo pagamento com as moedas do carinho, da gratidão e da ternura. Se você, caro leitor, reside com pais idosos e possui filhos pequenos, antes de discordar desta crítica pergunte a si mesmo quantas vezes por semana costuma beijar sua mãe e elogiar seu genitor, quantas vezes mensalmente, ou por ano, os convida para ir ao cinema ou jantar fora, quantas vezes já os levou para viajar consigo em férias, pergunte se apoia ou censura suas manias, se sorri com bom humor e benevolência ou reclama quando eles estão zangados.

Saindo da esfera familiar para o campo empresarial, deparamos na mesma página 330 do referido volume com este outro trecho que dispensa comentário:

“684. Que se deve pensar dos que abusam de sua autoridade, impondo a seus inferiores excessivo trabalho”?

“Isso é uma das piores ações. Todo aquele que tem o poder de mandar é responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus inferiores, porquanto, assim fazendo, transgride a lei de Deus.”

(*) Nazareno Tourinho, decano da Academia Paraense de Letras, premiado como escritor fora do Brasil, é autor de vinte e oito obras espíritas, uma publicada também na Alemanha, outra em parceria com o Dr. Carlos Imbassahy.

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