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Artigo do Jornal: Jornal Outubro 2019

Sobre o autor

Cláudio Sinoti

Cláudio Sinoti

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Após graves alertas dados pela Nasa, após a revelação de imagens gravadas por seus satélites no mês de Agosto/2019, o mundo tem acompanhado, estarrecido, o aumento exponencial das queimadas na Floresta Amazônica, considerada o pulmão do Mundo. Esse e outros desastres ambientais, que têm se intensificado nos últimos tempos, reflexos da falta de consciência e da desastrosa política ambiental em curso, são sinais de que a vida humana no planeta Terra se encontra em risco.

Não obstante a grande responsabilidade dos governantes, o momento requer urgente mudança de atitudes por parte de todos, porquanto nenhuma política perversa e sombria se sustenta se não houver apoio ou conivência dos cidadãos. Alguns poderão perguntar: “o que isso tem a ver com espiritismo ou espiritualidade”?

Por ser essencial à vida, os Espíritos também se ocupam dessa questão, como aprendemos no Livro dos Espíritos ( Q. 236 ) : “A Natureza reflete as belezas da imensidade, que não são menos admiráveis do que aquilo a que dais o nome de belezas naturais... Nada é inútil em a Natureza; tudo tem um fim, uma destinação...”. Inconsciente dessa nobre destinação, “ a agressão ambiental, em forma de violência cruel contra as forças mantenedoras da vida, demonstra que o homem, em nome da sua liberdade, destrói, mutila, mata e mata-se, por fim, por não saber usá-la conforme seria de desejar”, como nos adverte Joanna de Ângelis1.

Certamente o quadro envolve questões complexas e diversas, mas cada um é peça importante nesse contexto desafiador em que vivemos. Primeiramente devemos considerar que somos parte da Natureza, e por isso mesmo não se trata cuidar de algo que nos é distante, mas de uma instância na qual nos encontramos inseridos. O que comemos, vestimos e utilizamos consome natureza à nossa volta, e realizar isso de forma inconsciente gera resultados desastrosos, além de nos responsabilizar pessoalmente, o que compromete nossa trajetória enquanto espíritos.

Por isso mesmo, o ser humano desse momento planetário não se pode dar mais o luxo de ter atitudes inconscientes, devendo não somente cuidar do meio ambiente, mas transformar-se em um ser sustentável, em perfeita conexão com as forças da natureza e as divinas leis. Isso requer, dentre outros aspectos, mudança dos hábitos alimentares, de produção, de forma de locomoção, de consumo, da forma como destinamos os nossos resíduos, como educamos nossos filhos, etc.

Especialistas orientam a pesquisarmos a origem e a forma de produção daquilo que iremos consumir e nos alimentar, o que hoje é muito facilitado pela tecnologia. No caso dos alimentos, por exemplo, a liberação indiscriminada dos agrotóxicos compromete não somente os alimentos que trazemos à mesa, mas também os lençóis freáticos, além de colocar em risco a vida dos que manipulam essas substâncias. No caso do lixo, como nos recorda o jornalista e ambientalista André Trigueiro2, não existe mais “jogar o lixo fora”, pois a Terra tem que ser vista como nossa casa.

Essas são apenas algumas das muitas medidas que devemos incorporar à nossa forma de vida para pelo menos minimizarmos os riscos de uma verdadeira catástrofe ambiental, já prevista se não mudarmos imediatamente a nossa forma de vida atual.

Afinal, se nosso corpo é feito de 2/3 de água (Masaro Emoto), se somos poeira das estrelas (Carl Sagan), se sem a fotossíntese das plantas não sobrevivemos (Joseph Prietley) e nosso evolução se conecta a todos os animais (Charles Darwin), não se trata apenas de proteger o meio ambiente, trata-se de saber-se meio ambiente, e salvar a nós mesmos enquanto espécie humana. Cuidar da Mãe Terra e de todas as formas de vida é cuidar de si.

1 O Homem Integral. Leal Editora
2 Vide Ecologia e Espiritismo. André Trigueiro. FEB

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