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Artigo do Jornal: Jornal Outubro 2019
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“Sabei que foi dito aos antigos: não matareis. A quem quer que mate merecerá condenação em Juízo. Eu, porém, vos digo que, quem quer que se puser em cólera contra o seu irmão, merecerá condenação em juízo; que aquele que disser ao seu irmão: Raca, merecerá ser condenado pelo conselho; e aquele que lhe disser: és louco, merecerá o fogo do inferno” (Mat. V. 21-22).

Esta é uma outra preocupação de Jesus: a não-violência. Jesus faz da brandura e da mansuetude uma espécie de lei. Condena com veemência a violência em todas as suas manifestações. Ele não está falando apenas da grande violência como o crime de morte, por exemplo; ele está falando da descortesia, do uso de palavras duras como raca, uma palavra que, em hebreu antigo, significava homem que não valia nada, e se pronunciava esta palavra cuspindo e virando a cabeça para o lado. Vai mesmo mais longe, ameaça com o fogo do inferno, aquele que chamar o seu irmão de louco.

Parece estranho que Jesus dê tanta importância a simples palavras como raca ou louco. Será que Jesus está exagerando? A resposta é não. O problema é que a palavra ofensiva expressa sentimentos fervorosos, uma atitude contrária à lei de Deus, a lei do amor e da caridade, que deve presidir a relação entre os seres humanos. Palavras como essas, do ódio, afastam para bem longe a harmonia e provoca o desequilíbrio. Jesus está muito interessado em mostrar ao homem que a benevolência e a caridade para com o próximo são fundamentais para se encontrar o reino de Deus, e palavras como essas são o oposto disso. Em uma palavra, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão.

Mas, enfim, quis disser com estas palavras: “Bem aventurados os que são brandos, porque eles herdarão a Terra.” É estranho, pois ele mesmo recomenda aos homens que renunciassem os bens da Terra para buscar um tesouro no céu.

Jesus está falando para o futuro: herdarão a Terra. Isto parece significar que a Terra, que tem sido uma propriedade dos violentos, que tratam mal os pacificadores e os mansos, deixará de ser assim e passará a ser propriedade dos pacificadores, dos mansos e dos cordatos.

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