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Artigo do Jornal: Jornal Julho 2019
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Parece que está na hora de mudarmos de assunto, pois este é o quinto artigo que publicamos na coluna sobre DEUS, seguidamente, e prazerosamenteseguidamente e prazerosamente. Não foi demais, porque a Codificação de Allan Kardec dá grande importância ao tema, contudo convém tratarmos também de outras questões doutrinárias, mais acessíveis ao entendimento da generalidade dos leitores.

Não é fácil refletirmos a respeito do Criador da Vida e do Universo, porquanto Ele, dotado de todos os poderes e perfeições em grau absoluto, encontra-se muito acima de nossa compreensão, na fase evolutiva que atravessamos. Nem por isso, entretanto, temos o direito de não pensar nesse SER maravilhoso, a quem devemos tudo o que somos. Tal esforço ou exercício mental sempre produz reflexos positivos em nossa personalidade, melhorando a conduta que temos perante o próximo.

Pensar em DEUS frequentemente, ou elo menos de vez em quando, aliás, além de ser moralmente benéfico a cada um de nós é algo que nos fornece paz e conforto íntimo, tornando-se com o tempo não um mero hábito psíquico e sim uma fonte de prazer espiritual.

Não podemos esquecer que a obra filosófica de Allan Kardec, não obstante o seu embasamento científico, tem caráter eminentemente religioso pela sua ética de amor fraterno, contida nos Evangelhos de Jesus, tanto assim que começa abordando a existência de DEUS no primeiro capítulo de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, e no seu derradeiro volume, A GÊNESE, retorna ao assunto completando a proposição teórica inicial com um substancioso e extenso ensaio do codificador, no qual se lê os seguintes trechos constantes das páginas 60/62 da 28ª edição feita em 1944 pela Federação Espírita Brasileira:

1º) “Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, imiscuir-se em pormenores ínfimos, preocupar-se com os menores atos e os menores pensamentos de cada indivíduo?” (Pág. 60.)

 

2º) “Suponhamos um fluído bastante sutil para penetrar todos os corpos. Sendo ininteligente esse fluido atua mecanicamente, por meio tão-só das forças materiais. Se, porém, o suposermossupusermos dotado de inteligência, de faculdades perceptivas e sensitivas, ele já não atuará às cegas, mas com discernimento, com vontade e liberdade: verá, ouvirá e sentirá.” (Pág. 61.)

 

3º) “Achamo-nos, então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contactocontato ininterrupto com o seu pensamento havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.

“Para entender a sua solicitude a todas as criaturas, não precisa Deus lançar o olhar do Alto da imensidão. As nossas preces, para que ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo do nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele.” (Pág. 62.)

Eis aí o vero ensinamento espírita, confiável e lógico, sobre a fé raciocinada em DEUS. O resto fica por conta dos dislates de irmãos supostamente evangélicos, e dos disparates de companheiros laicos, não merecedores de crédito e vazios de sensatez.

 

Amigos leitores, este artigo foi escrito em vida pelo já saudoso Nazareno Tourinho.

 

(*) Nazareno Tourinho, decano da Academia Paraense de Letras, premiado como escritor fora do Brasil, é autor de vinte e oito obras espíritas, uma publicada também na Alemanha, outra em parceria com o Dr. Carlos Imbassahy, e atualmente escreve livros para a Editora LACHÂTRE. (Telefone DDD 11 – 4063-5354.

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