Jesus, o Cristo, o Ungido de Deus, nosso Irmão Maior, veio implantar em nossos corações a crença no Deus Único, Criador de tudo. Trouxe-nos, nas épocas propícias da evolução humana, as três Revelações da Lei de Deus: a Lei de Justiça, com Moisés, no Monte Horeb, na Península do Sinai; a Lei de Amor, trazida e exemplificada por Ele mesmo, com o nome de Jeshua ben Yusssef (Jesus, filho de José), e, por fim, a Lei de Caridade, o Espiritismo, o Consolador prometido por Ele, sob Sua coordenação, com o nome de Espírito da Verdade.
Vemos o Cristo nas três revelações ensinando o amor a Deus sobre todas as coisas. Da gênese bíblica ao apocalipse, o nome de Deus é sempre exaltado para combater o politeísmo dos povos primitivos na busca inconsciente do Deus interno.
Entretanto, ninguém viu Deus. Em inúmeras passagens bíblicas, encontramos essa assertiva. Não apontaremos todas, pois será dispendioso, mas eis algumas: “Não que alguém tenha visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus: este o tem visto”; “(...) vós não o tendes conhecido; eu, porém, o conheço. Se eu disser que não o conheço, serei como vós, mentiroso; mas eu o conheço e guardo a sua palavra”; “Ninguém jamais viu a Deus”. (1)
Emmanuel, no livro A Caminho da Luz – História da Civilização à Luz do Espiritismo, psicografado por Francisco Cândido Xavier, em 34 dias, do dia 17 de agosto a 21 de setembro de 1938, descreve o Cristo na gênese do planeta Terra, desde a sua construção, “com as suas legiões de trabalhadores divinos, lançou o escopo da sua misericórdia sobre o bloco de matéria informe, que a Sabedoria do Pai deslocara do Sol para as suas mãos augustas e compassivas”.
O livro mostra também a paciente elaboração dos reinos mineral, vegetal e animal com seus reinos intermediários e toda a trajetória da humanidade sob Seus cuidados:
“O fio da luz e da vida está nas suas mãos. É Ele quem sustenta todos os elementos ativos e passivos da existência planetária. No seu coração augusto e misericordioso está o Verbo do princípio. Um sopro de sua vontade pode renovar todas as coisas, e um gesto seu pode transformar a fisionomia de todos os horizontes terrestres.” (2)
Emmanuel relata o momento em que o Cristo destaca o povo de Israel, que “se escolheu”, dos quatro grupos dos exilados da Capela: grupo dos Árias, civilização do Egito, povo de Israel e castas da Índia, para trazer a primeira Revelação da Lei de Deus, por se constituir a raça mais forte, mais homogênea e com grande certeza na existência de Deus. Por isso “se escolheu”, pela sua conduta fortificada na crença do Deus Único.
“Moisés, médium extraordinário, recebe dos emissários do Cristo, no Sinai, os dez sagrados mandamentos que, até hoje, representam a base de toda a justiça do mundo.”
Continua Emmanuel:
“Jesus amparou Moisés, nos quarenta anos no deserto com seu povo, como que um curso de consolidação da sua fé, contagiosa e ardente. Seguiu todos os seus passos, assistindo-o nos mais delicados momentos de sua vida e foi ainda, sob o pálio da sua proteção, que se organizaram os reinos de Israel e de Judá, na Palestina.” (3)
Escreve Emmanuel sobre o Cristo, no livro Caminho, Verdade e Vida: “Ele é o Senhor único, depois de Deus, para os filhos da Terra, com direitos inalienáveis, porquanto é a nossa luz do primeiro dia evolutivo e adquiriu-nos para a redenção com os sacrifícios do seu amor”. (4)
Durante Sua estada entre nós, Jesus, o Cristo de Deus, enfatizou o amor a Deus, dizendo que fazia a Sua Vontade. No momento em que Pedro lhe pediu que o ensinasse a orar, legou-nos a oração mais sublime que sintetiza tudo o que se faz necessário para a nossa felicidade, nomeando Deus, nesta oração, como o Pai Nosso.
Na terceira Revelação da Lei de Deus, a lei da Caridade, com o Espiritismo lecionando “fora da Caridade não há salvação”, Allan Kardec, conduzido pelo Espírito da Verdade, organizou O Livro dos Espíritos, a base da Doutrina Espírita, colocando o tema Deus nas dezesseis primeiras questões e, na questão de número um, perguntou às Entidades Sublimadas: O que é Deus? Ao que recebeu a concisa resposta: “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”.
Paulo de Tarso, em seu discurso em Atenas, afirmou: “Em Deus vivemos, nos movemos e existimos”. (5).
No livro A Grande Síntese, o místico Pietro Ubaldi escreveu: “Quando, com espírito puro, proferis: Em nome de Deus, a Terra estremece porque as forças do Universo se movimentam”. (6)
Deus é amor, como disse o apóstolo João (7), e é o Pai nosso, como afirmou Jesus. (8)
Nós, quando passamos por momentos difíceis, lembramos de Deus. Nessas ocasiões, oramos com muito fervor, com a intenção de nos tornarmos santos, cheios de misericórdia. Queremos ser bons, fazemos promessas a Deus e depois, quando tudo se asserena, esquecemos e voltamos com as nossas imperfeições a ser os mesmos de antes, com nossa vaidade, egoísmo, orgulho.
Deus nunca falou, nem apareceu pra ninguém em nosso planeta. Em todos os momentos, foi Jesus e seus emissários que atuaram, com a permissão de Deus.
O insigne Allan Kardec assim expressou: “Jesus agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, em certos casos, os encarnados, na medida de suas forças. Que Espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir? Se algum influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus”. (9)
Muita paz!
Notas bibliográficas:
1– A Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida, João, 6, 46, Mateus, 8,55 e I João, 4,12.
2– A Caminho da Luz, Emmanuel, Francisco C. Xavier, pág.15, feb, introdução.
3 – Ide, ibidem, pág. 68, O Monoteísmo.
4 – Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel, Francisco C. Xavier, feb, lição 142.
5 – A Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida, Atos, 17,18.
6 – A Grande Síntese, Pietro Ubaldi, pág. 142, Fundapu.
7 – A Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida ,I João, 4,8.
8 – Idem, ibidem, Mateus, 6, 9.
9 – A Gênese, Allan Kardec, cap. XV, Feb.