No escrito precedente, antes do seu término, sucumbimos à tentação de comentar, refutando, a teoria do famoso físico ateu Stephen Hawking, que tenta explicar o surgimento da vida e do universo como produto de colossal explosão cósmica, nada tendo a ver com uma possível criação divina, fato inteiramente acidental ocorrido há bilhões de anos.
Retornando agora à nossa argumentação afirmativa da existência de DEUS à luz da codificação de Allan Kardec, partindo do ponto em que a mesma foi interrompida no texto anterior, queremos acrescentar o seguinte:
Depois de, em primeiro lugar, termos concebido DEUS como “inteligência suprema” e, em segundo lugar, termos demonstrado que tal concepção, ou crença, possui fundamento científico, não dogmático, impõe-se-nos avançar neste raciocínio lógico da codificação de Kardec atribuindo a DEUS todos os poderes e perfeições, tendo-o como senhor do nosso destino e fonte do nosso nascimento, isto é, “nosso pai”, que está nos céus e não em “um céu”, ou seja, em toda parte, como disse Jesus quando ensinou seus discípulos a se comunicarem com ele em oração.
Sabendo que DEUS é um Ser e não uma Coisa, precisamos ter cuidado para não cair na arapuca dos confrades pretensamente científicos, que situam o Criador da Vida e do Universo como a ‘lei’ ou o conjunto de ‘leis’ da Natureza. Esta ideia, que representa agnosticismo ou ateísmo disfarçado, afigura-se absolutamente errônea, porque, se Deus é imanente à Natureza, de igual modo é transcendente a ela, sua obra e não sua essência. Importa fazermos a distinção porque, sendo um Ser e não uma Coisa, conforme já frisamos, DEUS age com livre arbítrio e vontade própria, com pensamento e com sentimento, com sabedoria e com amor, e não mecanicamente, de maneira sempre uniforme, como procede toda e qualquer lei.
Além de “eterno, imutável, imaterial, único”, onipotente, DEUS é “soberanamente justo” e “bom” e, assim sendo, convém comungarmos com Ele pela prece, expressando súplicas, louvores e agradecimentos, com pureza emocional e simplicidade, sem recorrer a simbolismos, cerimônias, condutas ritualísticas e outras exterioridades, algumas vezes ingênuas e outras vaidosas, pois a verdadeira fé tem caráter íntimo e não formal.
Se, após colocar “Deus” em nossa mente e em nosso coração pelo raciocínio lógico, quisermos imaginar como Ele é, pensemos não em um rei sentado no trono da sua glória e sim em uma luz de excepcional esplendor, rutilante, presente em todos os espaços, tudo clareando com sua vibração inextinguível e inefável, que não podemos compreender como não compreendemos a luz elétrica ou solar, mas podemos sentir, se não desligarmos dentro de nós a lâmpada do bom senso.
Amigos leitores, este artigo foi escrito em vida pelo já saudoso Nazareno Tourinho.