Suporte natural para os Espíritos, a Família é uma instituição necessária. Quase sempre encontramos teorias vãs que tentam desestruturá-la e, em troca, nada oferecem. Estudos indicam a presença dos pais na formação da criança como algo de suma importância. A mãe e o pai, separadamente exercem funções que amadurecem o psicológico infantil e juntos formam o casulo onde o Espírito recém encarnado pode criar suas asas para o futuro. Diz-nos Bárbara Brennan em seu livro: Mãos de Luz – Cap. 8: “Após o nascimento, subsiste uma robusta conexão entre mãe e filho. É mais forte por ocasião do nascimento e ali permanecerá por toda a vida, conquanto deixa de ser pronunciado enquanto a criança cresce”.
Analisemos agora o que diz o psiquiatra e psicanalista e membro da Associação Freudiana da Bélgica e Lacaniana Internacional, doutor Jean-Pierre Lebrun. Segundo ele, “no primeiro tempo, a criança está presa ao gozo materno, mas é necessário que ela se desvincule para poder levar vida própria. O pai funciona como um anteparo, impedindo que esse gozo invada a criança. A figura paterna separa a criança da mãe, porque constitui um outro polo do gozo”.
Percebemos, assim, o quanto os estudos estão avançados em relação à família.
Atoinette Bourdim, escritor francês espírita do Século XIX escreveu interessante obra, traduzida para o português e editada pela FEB em 1999 cujo nome é: Entre Dois Mundos. No capítulo 11, encontramos: “A família deve ser considerada como alavanca poderosa que auxilie o Espírito, elevando-o às divinas aspirações, reconduzindo de modo permanente ao caminho do bem os pobres desgarrados dele pelos seus maus instintos sempre funestos...”
Somos seres vindos de tantas eras onde soubemos ou não aproveitar as oportunidades que Deus nos concedeu no tocante à evolução. “Vós sois deuses” está escrito em Salmos 82:6 e Jesus nos lembrou em João 10:34. Assim sendo, é necessário que apropriemos de tais informações e partamos conscientes para esse futuro. A família será sempre o aconchego necessário a nos orientar e conduzir.
Nestes tempos de profundas mudanças vemos, entristecidos, cada vez mais essa divina instituição ser atacada pelos germes do abandono. É como se as pessoas preferissem o vagar desorientado pelas ruas, praças e avenidas, sorvendo o fel de vis propostas e, gargalhando, chafurdarem em pântanos, que entendo ser esse o caminho da libertação. Ora, como nos diz Manoel P. de Miranda em seu livro Loucura e Obsessão – capítulo 25 “... a liberdade por excelência é adquirida pela consciência do bem no reto culto do dever”.
Dizem os Antropólogos que os afetos familiares podem ter tido início há cerca de 1.5 milhão de anos, com o Garoto de Turkana, cujos fósseis foram encontrados no lago de Turkana, África, no Grande Vale do Rift, na fronteira entre Etiópia e Quênia. O menino desencarnou com fortes dores e ao lado de familiares, de acordo com propostas dos Antropólogos. Ali, talvez, tenha sido o início da família com seus desdobramentos até a presente data.
Podemos estudar a família em quatro aspectos:
- Família Corporal - Composta pelos encarnados e são frágeis, pois nem sempre seus membros estão ligados afetivamente.
- Família Espiritual - Todo o contexto de família está aí expresso. Estuda a família e seus membros encarnados e desencarnados formando a grande família espiritual.
- Família Espírita - O lar constituído como um santuário onde seus membros podem buscar suas espiritualizações.
- Família Humana - A grande família terráquea, tendo em Jesus seu Condutor.
Esse é o momento de consolidação do homem com o Dirigente máximo do Planeta, sem afetações religiosas e sim com a integração racional aos conceitos por Ele emitidos ,quando aqui esteve. Momento de soltar-se da terra pesada, de calçar as sandálias que o pai ofertou ao filho pródigo quando retornou ao lar.
Surge-nos, então, o grande desafio de restaurar as famílias, tendo por base a identificação do indivíduo com a estrutura que o acolhe, ofertando suas parcelas de conhecimentos e amor, consolidando-a como o lar onde as almas se encontram, resolvem-se e evoluem, amando-se reciprocamente, entendo que o outro necessita de mim, assim como eu dele e, numa ideal parceria, viajarmos além para outros planos superiores da consciência.