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Artigo do Jornal: Jornal Dezembro 2018
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O valor do ser humano reside tanto naquilo que ele é quanto no que faz, pois uma coisa é consequência da outra, pelo menos em grande parte. Assim, julgaremos melhor a Doutrina Espírita levando em conta o caráter do seu codificador. No caso de Allan Kardec o homem e a obra se confundem, na expressividade e nobreza que ostentam. A qualidade do fruto revela a seiva da semente e esta garante a boa qualidade do fruto.

Convém termos noção dessa realidade porque a falta de lucidez e senso crítico, com perfeita consciência doutrinária, é tão grande, dentro das nossas fileiras ideológicas, que algum tempo atrás numerosos companheiros começaram a dizer que o médium Francisco Cândido Xavier era a reencarnação de Allan Kardec.

A novidade ridícula logo se espalhou porque os tolos, como alguém já afirmou, sempre encontram outros ainda mais tolos para acreditarem em suas fantasias e devaneios, e sobretudo porque os líderes espíritas “evangélicos” do país nada fizeram para deter a sua propaganda e proliferação, com o propósito inconfessado de favorecer o roustanguismo, representado no Brasil pelo festejado médium mineiro, em detrimento do kardecismo.

Equação simples: se o Chico foi Kardec reencarnado, por que não dar preferência aos livros do primeiro, mais de quatrocentos, de leitura amena, emocionante, e continuar estudando os poucos livros do primeiro, que não emocionam porque exigem raciocínio lógico?

Qualquer pessoa sensata, detentora de um mínimo de bom senso, reconhece a impossibilidade do Chico Xavier ter sido a reencarnação de Allan Kardec, tal a diferença de personalidade entre eles, insuperável por trajetória evolutiva de tão curta duração como a da vida de um e outro, de menos de três séculos.

Mas esta consideração não passou pela cabeça de muita gente boa de nosso movimento, e se passou foi abafada por uma falsa noção do sentimento caridoso, que impede em nosso meio o pensamento crítico.

É uma pena que o progresso e aperfeiçoamento da nossa ação doutrinária no Brasil, atualmente, estejam engessados por tolices e pieguices como esta, que tenta igualar um médium psicógrafo ao codificador da nossa filosofia.

Desde os fenômenos mediúnicos ocorridos com as irmãs Fox, Kardec foi o único pensador que teve competência para compor e nos ofertar, com base neles, uma doutrina capaz de esclarecer e enobrecer nosso destino nesse mundo.

Só por isto merece o maior respeito!

Aqueles que não lhe rendem o tributo de admiração, às vezes até querendo se assemelhar a ele, são vagalumes artificiais de pilha fraca querendo brilhar mais que o sol...

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