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Artigo do Jornal: Jornal Setembro 2018
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No quarto capítulo do livro “A Gênese”, Allan Kardec discorre sobre o papel da ciência para o entendimento da criação do Universo, partindo da premissa de que em todas as épocas da humanidade, o homem sempre buscou explicações para os fenômenos existentes na natureza e para a origem das coisas.

 

“A história da origem de quase todos os povos antigos se confunde com a da sua religião, é por isso que seus primeiros livros versavam sobre religião. E como todas as religiões se ligam ao princípio das coisas, que é também o da humanidade, elas deram, sobre a formação e a ordem do universo, explicações em concordância com o estado dos conhecimentos da época e de seus fundadores.” 1

 

Alguém afirmou com sabedoria que o que move o mundo não são as respostas, mas sim as perguntas. Pura verdade! Assim como uma criança vai se interessando cada vez mais pelo porquê das coisas, a humanidade foi fazendo perguntas cada vez mais profundas a respeito das causas de cada fenômeno e buscando comprovações para hipóteses levantadas.

Após um longo caminho pelas explicações religiosas a respeito da criação, eis que novas possibilidades investigativas foram descortinadas com o advento da ciência. Positivismo, experimentação e controle de variáveis tornaram-se palavras corriqueiras na investigação da gênese planetária.

Lembro das aulas escolares com anotações em torno do criacionismo versus a teoria do big bang. Sempre a dicotomia a demarcar nossos caminhos evolutivos. Relembro ainda, que na minha imaginação infantil não parecia haver conflito entre as duas possibilidades. As duas me pareciam muito coerentes quando unidas. Se havia ocorrido em algum momento uma grande explosão ou qualquer outro fenômeno que demarcasse o início da possibilidade de vida na Terra, não teria sido Deus o criador de todo esse processo?

Ainda hoje encontramos considerável cisão entre ciência e religião. Muito já avançamos, mas muito há por fazer. A Doutrina Espírita por sua vez considera absolutamente possível e necessário que haja uma conexão entre o religare e o saber científico. A ciência investiga as leis naturais que regem o Universo. As religiões afirmam que tais leis naturais foram criadas por Deus. Afirma-nos o codificador: “sendo essas leis obra de Deus, não podem ser contrárias às religiões que se baseiem na verdade”. 2


1        Kardec, Allan. A Gênese. Cap. 4 -  Papel da Ciência na Gênese.  [trad. Guillon Ribeiro]. Brasília: FEB, 2013.

2        IDEM.

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