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Artigo do Jornal: Jornal Setembro 2018
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Conta um velho mito grego que, em tempos muito antigos, a raça dos homens evoluiu tanto que chegou a ameaçar a estabilidade dos deuses do Olimpo. Os imortais, assustados com o problema, se reuniram para discutir o que fazer com a ousada raça dos homens. Zeus, o maior de todos os deuses, muito irado, sugeriu acabar com a espécie humana por meio de um de seus raios. Apolo, entretanto, ponderou que a destruição da humanidade seria uma confissão clara da imperfeição da obra divina, e, portanto, se um deus destrói a própria obra, admite que errou ao fazê-la ou não previu o que ela poderia realizar de bom ou de má. A discussão foi se desenvolvendo com deuses e deusas fazendo as suas sugestões sobre as questões humanas.

O tempo foi passando sem que se chegasse a uma conclusão qualquer até que um deusinho de quinta categoria, que a tudo ouvia muito atento, pediu para dar uma opinião. A contragosto, os deuses permitiram que ele falasse e ele explicou o seguinte: “Porque o homem se tornou tão forte a ponto de nos prejudicar e nos preocupar?” Houve um silêncio geral no Olimpo e todas as atenções se voltaram para o pequeno deus que continuou o seu arrozado; “Isso mesmo, meus amigos, temos que saber por que o homem está ousado a este ponto e eu mesmo vou responder a esta questão. Prestem bem atenção: o homem está ousado porque é feliz. A pessoa feliz tudo pode. Portanto, a minha proposta é muito simples. Retirem a felicidade do homem, e ele, ficando infeliz, torna-se fraco e desiste da ideia de competir conosco.”

Todos ficaram muito surpresos e contentes, pois lhe parecia que o deusinho havia descoberto a solução. Assim, um deles desceu à Terra e roubou a felicidade do homem, levando-a para o Olimpo. Sem a felicidade, os homens passaram a brigar uns com os outros, a resmungarem pelos cantos, fazer versos chorosos e, portanto, se esqueceram dos deuses, pois tinham problemas demais entre eles para pensarem nos imortais.

Outro problema, entretanto, surgiu entre os deuses: o que fazer com uma felicidade humana? Marte sugeriu que a destruíssem, para que nunca mais tivessem problemas com a raça dos homens. A deusa Atena discordou e disse que isso seria injusto. De algum modo, o homem tinha direito a pelo menos buscar a felicidade. Destruí-la para sempre não seria justo. Zeus imaginou que se colocasse a felicidade no alto dos céus. Hera, sua esposa, discordou, dizendo que os homens um dia voariam como os pássaros e chegariam ao céu e resgatariam a felicidade. Poseidon, deus do mar, sugeriu que dessem a ele a felicidade, que guardaria no mais fundo dos oceanos, Anfitrite, entretanto, lembrou a seu marido que um dia o homem poderia nadar e mergulhar como os peixes e encontrar a felicidade. Foi aí que o deusinho pediu para dar uma sugestão: “Eu sei um lugar onde poderão guardar a felicidade do homem e ele jamais a encontrará.” “Onde?” perguntou a deusa Ártemis, e ele respondeu: “No coração do próprio homem. Ele passa toda a sua vida buscando fora o que está dentro. Buscará no poder, no dinheiro e se tornará feliz.” Todos concordaram e os deuses guardaram a felicidade no interior do ser humano, e é aí que ela está.        

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