Transcendental acontecimento é o regresso ao meio físico de um ser espiritual, necessitando da resistência própria da arena terrena para despertar e exteriorizar potencialidades que lhe foram ofertadas, no momento de sua criação, pelo excelso Senhor da Vida. Experimenta, igualmente, o espírito, em sua entrada na dimensão da matéria, a possibilidade do esquecimento dos equívocos cometidos em transatas vivências reencarnatórias e a possibilidade de resgatá-los, processo conhecido como expiação.
No cadinho materno, de início, o seu corpinho é constituído de apenas uma célula, resultante do encontro do gameta paterno com o materno. Vai desenvolvendo-se e vivencia, no lar uterino, um momento excitante e único, uma experiência inesquecível, como a de sentir-se amparado, bem alimentado, aquietado, esperançoso e sendo amado, de forma peculiar e sublime por sua mamãe, a qual lhe oferece o devido refúgio e a acolhedora hospedagem.
Em torno de 14 semanas de abrigo, é-lhe oferecido um leito (o saco amniótico), onde possa se desenvolver com mais segurança. Aliás, choques mecânicos e térmicos não podem feri-lo, assim como é protegido igualmente do ataque de microrganismos patológicos, desde que se encontra abrigado em uma enorme banheira, aquecida e amparada, contendo um líquido de aspecto transparente, de início, e depois mais espesso e esbranquiçado (leitoso).
A seguir, a partir do 4º mês da gravidez (por volta da 20ª semana), os rins do infante iniciam seu funcionamento e o líquido amniótico passa a ser constituído, sobretudo, pela sua própria urina. Imerso nesse meio, com praticamente cerca de 100% de água, contendo células epiteliais fetais descamadas e de quantidades aproximadamente iguais de sais orgânicos e inorgânicos, o ser começa a executar exercícios saudáveis para os músculos e articulações.
Essa maravilhosa e encantadora imagem aquática de acolhimento biológico foi revelada há mais de dois milênios pelo excelso Mestre Jesus, aludindo à reencarnação, ressaltando que todos os seres necessitam “nascer de água e de espírito” (Evangelho de João 3:5). Segundo Carlos Torres Pastorino, na obra Sabedoria do Evangelho, volume 2º, “em grego, não há artigo diante das palavras ‘água’ e ‘espírito’. Não é, portanto, nascer da água do batismo, mas de água (por meio da água) e de espírito (pela reencarnação do espírito)”.
O Cristo, como profundo cientista, já conhecia todas as minúcias biológicas e extrafísicas, enfatizando ser indispensável que o homem nasça de água (isto é, materialmente, com o corpo denso, composto também de água, em proporção de quase 100%) e imerso em uma aquecida piscina, em forma de uma bolha, contendo o chamado líquido amniótico, como também nasça de espírito (ou seja, que adquira nova personalidade no mundo terreno, em cada nova existência, a fim de progredir).
O organismo embrionário ou fetal é tão valioso e enigmático que mesmo sendo um corpo estranho, não consegue ser rejeitado pelo sistema imunológico materno. A natureza é sábia, resguardando o neném de qualquer dissabor. Tudo, no cadinho maravilhoso da concepção, funciona para a harmonização do maravilhoso processo embriológico.