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Artigo do Jornal: Jornal Maio 2018
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Mariana adora postar nas redes sociais. Fotos na praia, viagens, seu corpo, sua comida. Quem acompanha a jovem vê que sua vida é só alegria. Mas, olhando de perto, vê-se as suas dores pelo pai alcoólatra, em choros escondidos pelos cantos.

Adauto namora várias meninas, algumas ao mesmo tempo. Não quer compromissos. Apenas uma vez se enamorou para valer e conhecer a pessoa, de perto, quebrou aquela imagem perfeita que tinha da moça. Foi só decepção.

João chegou na casa espírita pela primeira vez. Todos simpáticos, abraços efusivos, sorrisos calorosos. Mas, à medida que as semanas se passaram, conhecendo as pessoas de perto, começou a perceber as brigas e os problemas de cada um dos confrades.

A aparência costuma ser mais positiva. Nos acostumamos a mostrar a face boa da maçã. Mas, quando adentramos à essência das pessoas, das organizações, com uma lente que nos faz ver mais de perto, observamos as ranhuras, as fissuras do que parecia ser tão perfeito.

Isso é por que nada é perfeito, nada é totalmente reto, tendo sempre curvas, poros, marcas. Quando adentramos a essência de algo ou de alguém, nas amizades, no casamento, passamos a ver a complexidade do aspecto integral, e passamos também a interagir, de forma que se refletem nas pessoas e nas coisas as nossas próprias características.

Não é por outra razão que muitos se comprazem em viver na superficialidade das relações. Muitos amigos (reais e virtuais), muitos casamentos, vivendo o encantamento da aparência, mas resistindo as lutas da essência.

Como colibris, beijam as flores da experiência, sem experimentar a profundidade, sem se aproximar do outro, e tudo de bom e ruim que advém desse mergulho.

Nós somos uma essência, que se espraia pelo corpo, pelas organizações, pela sociedade. É esta que se busca modificar ao longo da reencarnação, na busca de mudanças estruturais, profundas.

A superficialidade, amiga da velocidade, potencializada pelo imediatismo, pelas redes sociais, pelo quantitativismo, rouba energias de avanços, em uma dimensão mais estrutural.

Apesar de todo medo que isso causa, a reencarnação nos demanda se deter mais de perto sobre as pessoas, rompendo muros e fossos, para assim atuar nas nossas imperfeições, escondidas nos recônditos de nosso ser e que precisam ser tratadas, de dentro para fora, mas também de fora para dentro.

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