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Artigo do Jornal: Jornal Abril 2018
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No século passado, quando os fenômenos espíritas, a partir do caso famoso das irmãs Fox, na pequena cidade de Hydesville, se tornou um assunto polêmico, provocando o interesse de intelectuais, filósofos e cientistas renomados, surgiram diversos médiuns que, por sua capacidade mediúnica ou por sua relação com pessoas famosas se tornaram muito conhecidos na Europa, América e resto do mundo. Por aquela época, os espíritas consideravam os médiuns (e ainda os consideram) como canais de comunicação entre o Plano material e o Plano Espiritual. Por seu lado, os materialistas viam nessas pessoas ou simples charlatões ou indivíduos que possuíam um determinado poder que, embora material, ainda não era conhecido pela ciência da época. Mais tarde, os parapsicólogos vão chamar essas pessoas de indivíduos PSI e os fenômenos que provocam com fenômenos de ESP, sigla do termo em língua inglesa Extra Sensorial Perception ou Percepção Extra Sensorial.

 

De um modo ou de outro, todos concordavam – espíritas ou não espíritas – que os fenômenos de ESP só aconteciam quando um médium estava presente. Sem um médium nada se conseguia. Assim surgiram diversos médiuns que trabalharam com cientistas famosos e que deram considerável contribuição à Terceira Revelação. Mencionaremos aqui algumas figuras notáveis: Daniel Dunglas Home e Florence Cook, ambos estudados por William Crookes; Eusapia Paladino, Stanilawa P. Ejner Nielsen, Marthe Beraud, mais conhecida como Eva C, estudados por Charles Richetet, Cesare Lombroso; Miss Goligher que foi sujeito de Crawford e mais tarde de Fournier d’Albe, Margery e Stela C. que operavam sob o controle de Harry Price; Klusky, estudado por Gustavo Geley em finalmente os irmãos Willy e Rudi Schnider.

 

Estes médiuns foram tão importantes para a história dos fenômenos psíquicos, que o pesquisador francês Robert Amadou a eles dedicou um livro notável intitulado Les Grands Médiuns (Os Grandes Médiuns) publicado em Paris em 1955. Depois de muito estudarem esses médiuns e em muitos casos em rígida condição de controle, alguns estudiosos, inclusive, se tornaram espíritas confessos e outros mais tímidos continuaram nos arraiais do materialismo, mas afirmando que os fenômenos paranormais que presenciaram eram verdadeiros, embora não pudessem lhes determinar causa real.

Muitos desses médiuns, ou por vaidade ou por motivos econômicos, como era o caso de Eusapia Paladino, fraudaram e foram apanhados em suas burlas, entretanto, tais fraudes não negavam os fenômenos verdadeiros. A própria Eusapia que era uma médium notável e que produzia fenômenos de autenticidade indiscutível, foi apanhada em fraude por alguns de seus pesquisadores.

 

Por que esses médiuns fraudavam? Por um motivo simples. A comunicação entre os dois planos, em geral, não depende da invocação do encarnado, mas das possibilidades do desencarnado poder se comunicar ou não. Não se pode imaginar que, por exemplo, uma pessoa vá ao Chico Xavier e diga que deseja falar com seu pai desencarnado. Não funciona assim, pois o espírito não se comunica ao seu bel prazer. Normalmente a pessoa se encontra no salão do centro espírita onde o Chico se encontra e ele, Chico, avisa a um dos presentes, sua mãe, seu pai ou seu filho está aqui e quer se comunicar, ou simplesmente a mensagem acontece sem que Chico diga algo para a pessoa a quem a mensagem se dirige.

 

Ora, Eusapia muitas vezes era solicitada por pessoas importantes que, inclusive, pagavam a ela para que desse uma determinada mensagem. Para não frustrar aquelas pessoas ou para não perder o seu prestígio, ela simulava a comunicação pedida. Os fenômenos autênticos, porém, que ela produziu, eclipsaram por completo as fraudes que cometeu.

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