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Artigo do Jornal: Jornal Janeiro 2018
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- Pai Amâncio, vim pedir-lhe ajuda para meu filho. Tem uma lesão no olho esquerdo. Os médicos afirmam que poderá perder a visão. Estou muito aflita! Rick mal chegou aos vinte anos! ...

Justificava-se a preocupação de Adelina. O mal era grave. O outro olho também corria risco.
- Acalme-se, minha filha. Vamos tratar dele espiritualmente, a par do tratamento médico. Receberá passes magnéticos, uma vez por semana. Mas o menino deverá assumir um compromisso...
- O que o senhor mandar, pai. Nenhum sa­crifício será demais para lhe salvar a visão.
- Quero que compareça a todas as reuniões de nosso Centro, o que equivale dizer que ele virá sete noites por semana, com disposição para ouvir aten­tamente os expositores.

Adelina regressou exultante ao lar. Conhecia a força daquele bondoso Espírito. Já considerava o filho curado. Não atentou, porém, à dificuldade que se evidenciou ao lhe transmitir a re­comendação.

– Diariamente? Até aos domingos?!

– Sim, meu querido.

– Mas, mamãe, a senhora sabe que nunca frequentei o Centro, embora goste de ler sobre Es­piritismo. Assistir às reuniões sete noites por sema­na é impensável!

– Concordo que não é uma ideia atraente para você. No entanto, é essa a orientação de Pai Amâncio...

– Nem parece "pai"... Isto é coisa de "pa­drasto"!

– Tudo bem, filho. O olho é seu...

Embora a ideia não o agradasse, Rick não tardou em concordar. Em favor de nossa iniciação espiritual, os problemas físicos são mais eloquentes que mil discursos.

Com a fidelidade do náufrago que se agarra a uma tábua de salvação, compareceu durante me­ses às sessões públicas, religiosamente sete noites por semana.

Em princípio, ia contrariado. Mas logo come­çou a se interessar pelas preleções. Gostou. Reti­rou livros na biblioteca. Aprofundou-se no estudo da Doutrina Espírita. E logo pediu serviço...

Adelina exultava. Na primeira oportunidade conversou com o guia:

– Pai Amâncio, quero agradecer-lhe. Sua orientação foi preciosa.

– O menino sarou do olho?

 – Está bem melhor, mas isso é secundário. O importante é que ele abraçou o serviço no Centro com muito amor!- Eu sei, minha filha. Tenho acompanhado seus progressos. Saiba que ele tem compromisso com esta casa, assumido no plano espiritual, antes do renascimento.
 - Entendo agora sua exigência que, em princípio, causou-me estranheza. Nunca o vira pro­ceder assim.
 - É que se tratava de um caso especial. Nosso Rick estava maduro para a tarefa. Faltava apenas um estímulo. Eu sabia que daria certo.
 - E o senhor acredita que permanecerá fir­me?
 - Esperamos que sim, em seu próprio bene­fício. O Espiritismo está em seu sangue. Não se sentirá feliz de outra forma.

 

                                        * * *

Todos assumimos determinados deveres ao reencarnar.

  As próprias circunstâncias da vida terrestre nos induzem ao cumprimento daqueles relaciona­dos com família, profissão, vida social.

Os mais difíceis dizem respeito aos ideais de espiritualidade, nos domínios da religião, por­quanto estes dependem, essencialmente, de nossa disposição em cogitar deles. Por isso, não raro, so­mente despertamos para esse esforço com as cla­rinadas do sofrimento.

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