“O progresso nos espíritos é o fruto do próprio trabalho; mas, como são livres, trabalham no seu adiantamento, segundo sua vontade; com maior ou menor atividade, com mais ou menos negligência, acelerando ou retardando o progresso e, consequentemente, apropria felicidade”.
Alan Kardec. O Céu e o Inferno. Cap. III. Questão 7
“A quase totalidade das pessoas que buscam desenvolver a percepção extra-sensorial, por meio do uso de estupefaciente, encontra em si mesmo o substrato do passado espiritual, que se transforma em fantasmas, cujas lembranças do passado assomam e persistem; passando a experiência, impondo-se pouco a pouco, colimando na desarmonia mental do neófito irresponsável.
Vale, ainda, recordar que, adversários desencarnados, que se demoram à espreita das vítimas, utilizam-se dos sonhos e viagens astrais, para surgirem na mente do viciado, no aspecto perverso em que se encontram, causando pavor e fixando matrizes psíquicas para futuras obsessões, em que se completarão emocionalmente, famelgas da infelicidade em que se transformam”. Joanna de Ângelis – Divaldo Pereira Franco. Livro Após a Tempestade.
Quando buscamos no Dicionário Aurélio o significado da palavra obsessão, ficamos sabendo que é uma mania de perseguição; espírito de vingança, pressão fluídica de um espírito sobre o outro, ou seja, domínio de um sobre o outro; mas na realidade, a obsessão é muito mais do que isto: é uma “simbiose espiritual”, ou seja, é uma associação de hábitos, desejos e paixões; ou até mesmo, uma parceria, em que duas partes se beneficiam com a participação de ambos os envolvidos. Muitas pessoas acreditam que seja apenas uma vítima, mas não o é, porque o obsessor, geralmente mais forte mentalmente, também é um sofredor, um desajustado, também com muitos problemas a resolver.
Os usuários de qualquer tipo de drogas, desde o álcool até os entorpecentes mais pesados como o ópio, a heroína, a cocaína, a maconha e o crack; depois que atravessam as águas enigmáticas do rio da morte, ou seja, morrem, perdem o corpo físico, não se modificam de uma hora para outra depois da desencarnação, e muitos nem mesmo saem daqui da atmosfera espiritual da Terra, onde vivenciaram das drogas, continuando assim, sendo atormentados no além, exigindo que satisfaçam a necessidade do vício, e é aí que entram os obsessores desencarnados, cruéis e perversos, ávidos de desejos em comandar incautos e recém-chegados do mundo físico, utilizando esses párias da vida espiritual no processo obsessivo junto aos encarnados comprometidos com o uso de drogas.
Uma vez no mundo as drogas, o viciado dificilmente escapa de um processo obsessivo, porque presente para os malfeitores do espaço, outras características que agradam os vampiros ligados ao mundo das drogas, como por exemplo: a irritabilidade constante, o nervosismo, o acabrunhamento, a falta de caráter, o horror ao trabalho, a tristeza, a melancolia, o isolamento das pessoas, e outras facetas que interessam de perto esses obradores do além; que morreram com essas particularidades, e por isso buscam sintonia, atração relativa aos pendores, hábitos e tendências, que evidenciaram enquanto viveram. O viciado em drogas, portanto, nunca está sozinho, e sim acompanhado de uma corja de espíritos desocupados e preguiçosos, que se aproveitam com o aroma das libações do álcool, ou com o fedor insuportável da maconha, assim como, o cheiro da cocaína, da heroína, do ópio e do crack.
Disso decorre que o tratamento dos viciados em qualquer tipo de drogas, passa impreterivelmente por duas vertentes distintas: uma física e outra espiritual, com a desintoxicação e internação, que a medicina já conhece, a fim de aliviar as tensões sobre o organismo físico. A outra vertente é a do tratamento espiritual, com um trabalho de cura da obsessão que pode durar anos, mas que só dá certo se a equipe não desanimar, e não perder o controle sobre o paciente, que pode ter recaída a qualquer momento, por isso, devem ser aplicados passes magnéticos todos os dias, água fluidificada, e preces junto ao paciente. A terapia do Culto do Evangelho no Lar é fator preponderante, assim como a prática da religiosidade, em benefício não só do paciente, como também da entidade obsessora, levando o doente mental a abandonar as drogas.
A participação dos familiares e amigos junto ao paciente, principalmente no período de recuperação é primordial, porque ao começar os primeiros resultados no campo da cura, surge uma tristeza indefinida no paciente, seguida de melancolia e desânimo, que pode levá-lo à depressão, e só mesmo o amparo, a ajuda de parentes e amigos para sustentá-lo nessas horas difíceis do abandono das drogas. Fugir do caminho sombrio e tenebroso das drogas não é tarefa para qualquer um, porque precisa contar principalmente com a ajuda do paciente, que se não for forte, destemido, e desejar ardentemente sair da situação de dependente de drogas, fica quase impossível conseguir êxito nessa empreitada, porque depende muito mais do interessado, do que das pessoas que estão ao seu lado para ajudá-lo.