
Chama-se melancolia, palavra derivada do grego melanos, que significa preto, negro, e colé, que tem o sentido de bile, uma psicose caracterizada pela tristeza e acompanhada de emoções depressivas, ante o sentimento de importância moral. Normalmente, a melancolia leva o indivíduo melancólico a desenvolver um comportamento marcado pelo desânimo, pela lassidão, abatimento e apatia.
A melancolia pode ser provocada por desgostos mais ou menos prolongados; perda de entes queridos; fracassos financeiros, incapacidade de lidar com frustrações. A melancolia naturalmente leva à infelicidade, com o tempo à depressão e mesmo ao suicídio. Por este motivo, esse estado de alma deve ser combatido assim que se manifestar.
A melancolia resulta não raro de uma sensação de viver em um mundo cruel, violento, competitivo contra o qual não adianta lutar. Ante a esse argumento, precisamos lembrar que as dificuldades desta vida resultam do fato de a Terra ser um mundo de provas e expiações. Ninguém encarnou aqui para passar um agradável fim de semana ou férias reconfortantes.
Nós estamos aqui para ajustar nossas contas com a lei de Deus que violamos em nossas vidas passadas. Assim, este mundo pode não ser o melhor dos mundos, mas é aquele que merecemos e de que necessitamos. Desse modo, as dificuldades por que passamos, longe de ser um mal é um bem, porque se as encararmos com resignação (não com passividade), estaremos dando passos largos na direção dos mundos maiores onde existe a felicidade na acepção mais perfeita desta palavra. Sobre o nosso papel na Terra, escreveu um espírito por nome François de Geneve:
(...) Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou. Se no curso desse degredo-provação, exonerando-vos de vossos encargos, sobre vos desabarem, os cuidados, as inquietações e tribulações, sede fortes e corajosos para os suportar. Afrontai-os resolutos. Duram pouco e vos conduzirão à companhia dos amigos por quem chorais e que jubilosos por vos ver de novo entre eles, vos estenderão os braços, a fim de vos guiar a uma região inacessível às aflições da Terra.1
Um outro aspecto, que não devemos omitir aqui, é a espiritualidade inferior como causa de melancolia. Quando em um momento de fragilidade, agasalhamos sentimento de frustração e de tristeza, podemos entrar na onda mental de espíritos que são também melancólicos ou que por não gostarem de nos ver felizes nos envolvem e dão início a um processo de obsessão.
Com estas companhias, a sensação de tristeza e impotência aumentam embora a pessoa não se dê conta de sua origem. Para lutar contra esta situação, a pessoa usa métodos errados como as drogas, principalmente o álcool, que lhe dão uma euforia temporária, mas que gera uma dependência ainda maior e lhe traz mais sofrimentos ainda.
Apresentamos aqui algumas sugestões para combater a melancolia notadamente em seu início:
- Cercar-se de pessoas naturalmente alegres que sejam positivas e enriquecedoras.
- Ler bons livros. Nesse caso, os livros espíritas costumam ser muito bons.
- Ouvir boas músicas com o cuidado para não escolher aquelas que sejam excessivamente tristes e melancólicas, como acontece com a música popular denominada “fossa”.
- Evitar espetáculos violentos e deprimentes, como algumas novelas de televisão, filmes e peças de teatro. Se você selecionar melhor os espetáculos que deseja ver, vai encontrar alguns que poderão ajudá-lo (a) a escapar da melancolia.
- Procure atividades sociais em que você entre em contato com a dor alheia e perceba que não é a única pessoa que está sofrendo neste mundo. Muitos desses sofredores são capazes de nos dar belas lições de vida.
- Aprenda a tocar um instrumento.
- Aprenda a dançar.
É claro que você não precisa fazer todas essas coisas para lutar contra a melancolia. Escolha uma delas e trabalhe com sinceridade, pois a sua vitória contra este sentimento não depende de fórmulas prontas, mas da sua vontade.
1 O Evangelho Segundo o Espiritismo, pág. 120