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Artigo do Jornal: Jornal Dezembro 2016

Sobre o autor

Cláudio Sinoti

Cláudio Sinoti

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Através do períspirito, também conhecido como Modelo Organizador Biológico, o Espírito imprime no corpo suas conquistas e limitações, assim como as necessidades evolutivas. Algumas das experiências vividas são tão marcantes que o Espírito pode permanecer preso à culpa de forma intensa, e em alguns casos passa a viver um estado de alienação em relação ao ambiente no qual se encontra inserido, que lhe parece ameaçador. Isso explica, de certa forma, os casos de autismo que se apresentam.

Recorda Joanna de Ângelis1 que “o Espírito, estando lúcido e conhecendo a gravidade dos erros praticados, expia ou submete-se a rudes provas, a fim de esconder-se daqueles a quem prejudicou e agora reaparecem na condição de cobra­dores insanos. Trata-se de um mecanismo utilizado também para apa­gar as lembranças que ressumam do seu inconsciente e o atormentam. Nada obstante, experimentando as dificuldades de comunicação com o exterior, não fica indene ao sofrimento que carrega no imo do ser, em­bora não logre fazer uma catarse libertadora e terapêutica”.

Certamente não se pode generalizar, pois cada Espírito faz sua trajetória particular, e mesmo os transtornos tendo uma denominação comum variam em grau e forma de apresentação. Como os sintomas do autismo envolvem, de uma forma geral, a dificuldade da interação social e limitações no domínio da linguagem, os primeiros sinais de dificuldade ou desenvolvimento tardio nesses campos devem servir de alerta aos pais para que busquem a terapia conveniente.

Em todo caso, o autismo funciona não somente como processo de reeducação do Espírito, mas também daqueles que com ele compartilham da vivência familiar, em especial os pais, que têm a obrigação moral e espiritual de auxiliar o desenvolvimento desse ser, ora portador de transtorno, mas que na condição de Espírito necessita de aprendizados especiais para harmonizar-se perante as divinas leis e seguir o seu curso de desenvolvimento.

 

  1. Atualmente temos uma onda de bullying cada vez mais acentuada devido ao uso da internet. Como trabalhar estas questões com nossas crianças?

Sendo natural o progresso, que tem proporcionado o desenvolvimento de amplas tecnologias de comunicação, os pais têm o desafio de ensinarem seus filhos a fazerem bom uso das ferramentas que dispõem, assim como adequar a disponibilidade desses meios à faixa etária das crianças e jovens. Nesse mundo de amplo acesso e conectividade, temos que auxiliar os jovens a construir o senso crítico, a se defenderem sem a necessidade da agressão, a fazerem escolhas adequadas, assim como respeitar quaisquer diferenças que se estabeleçam, como forma de coibir a violência. No entanto, não há como ensinar aos filhos se esses não vivenciam experiências saudáveis dentro do próprio lar. Pais que se agridem entre si, não conseguirão ensinar aos filhos algo diferente do que exemplificam.

Em outro aspecto, fala-se muito dos que sofrem bullying, mas temos que cuidar também, e especialmente, dos que praticam bullying! O bullying é reflexo do preconceito e atraso moral que ainda vivenciamos, que promove segregação, discriminação e violência em torno dos que apresentam características julgadas inadequadas, normalmente por alguém que se julga superior aos outros, mesmo que inconscientemente, ou que pela insegurança deseja inserir-se em algum grupo, utilizando-se de meios inadequados para ser aceito.

Temos que resgatar uma educação pautada em valores morais, em atitudes saudáveis, que respeitem as diferenças e contemplem relacionamentos que se sustentem além das aparências. Se não estivermos conectados profundamente conosco, com os valores do espírito, de nada adiantarão as modernas tecnologias de comunicação, que servirão apenas como reflexo do ser humano conflitado em si mesmo.

 


1 Espelhos da alma: uma jornada terapêutica. Leal Editora, 2014

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