
Dizem que não existe dor moral mais profunda do que ser caluniado, quando alguém inventa algo sobre você com o intuito exclusivo de denegrir sua conduta, de manchar sua vida, espalhando o que não é verdadeiro, mas que aos olhos dos outros parece ser verdade. E como normalmente somos precipitados, logo tecendo julgamentos, o estrago está feito. De fato, a calúnia é um mal moral que muito prejudica a qualquer pessoa, mas aprendemos com as lições do Evangelho que não existe melhor remédio do que o tempo e a perseverança nas boas ações, pois então a verdade aparecerá de forma natural.
Considerando que somos almas imortais, e que diante da morte a vida continuará plena na dimensão espiritual, o melhor a fazer é compreender e perdoar, seguindo a recomendação de Jesus: melhor se reconciliar com o outro enquanto estamos na mesma caminhada, do que deixar para depois, cultivando mágoa, ressentimento e inimizade, pois na espiritualidade teremos que assumir consequências bem desagradáveis por não termos compreendido e perdoado.
Compreender, pois aquele que utiliza da calúnia é um enfermo moral, ainda distante do entendimento da lei divina que nos solicita o amor recíproco. É um invejoso necessitado do remédio da caridade, da bondade de nossa parte. Devemos muito orar pelo caluniador. Perdoar, pois ele não sabe o que faz. Terá uma vida de amarguras e dissabores, e ainda muito sofrerá no retorno à pátria espiritual. E o perdão nos alivia, consola e fortalece para continuidade da jornada terrena.
De que adianta a vingança? Que benefícios nos trazem o ódio? E se revidarmos na mesma moeda, o que irá nos diferenciar daquele que nos caluniou? Mesmo não sendo fácil compreender e perdoar, é o que devemos fazer, resignando-nos diante da provação, mas seguindo com fortaleza de ânimo em frente, fazendo dos nossos bons exemplos a melhor ferramenta para o esclarecimento da verdade.
Se pautamos nossa existência na retidão do caráter, na honestidade, na semeadura do bem ao próximo, no esforço de amar quem quer que seja, nada temos a temer, pois tudo passa, e mesmo diante da calúnia podemos tirar proveitosas lições para nosso crescimento moral e espiritual.
Marcus De Mario é Educador; Escritor; Palestrante e Consultor Educacional.