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Artigo do Jornal: Jornal Março 2016
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AS CAUSAS DA MICROCEFALIA

        Ensinam os nossos benfeitores espirituais que o corpo espiritual ou perispírito é o corpo básico, constituído de matéria sutil, sobre o qual se organiza o corpo de carne. A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semimaterial do corpo espiritual. Havendo o espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido.

           No curso das enfermidades, é imperioso venhamos a examinar a Justiça, funcionando com todo o seu poder regenerativo, para sanar os males que acalentamos. Antes da reencarnação, nós mesmos, em plenitude de responsabilidade, analisamos os pontos vulneráveis da própria alma, advogando em nosso próprio favor a concessão dos impedimentos físicos que, em tempo certo, nos imunizem, ante a possibilidade de reincidência nos erros em que estamos incursos.

            Com relação a microcefalia diz Emmanuel, no livro Leis do Amor, que “os artífices do pensamento, que malversamos os patrimônios do espírito, rogam empeços cerebrais, que se façam por algum tempo alavancas coercitivas, contra as nossas tendências ao desequilíbrio intelectual”, como também, “os artistas, que intoxicamos a sensibilidade alheia com os abusos da representação viciosa, imploramos moléstias ou mutilações, que nos incapacitem para a queda em novas culpas”.


POR QUE OS ESPÍRITAS NÃO APROVAM O ABORTO

O ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão (PSB-RJ) diz que apoiará a ação pelo direito legal ao aborto de fetos com microcefalia, que deve ser levada ao Supremo Tribunal Federal nas próximas semanas. Como a BBC Brasil revelou em reportagem, o mesmo grupo de advogados, acadêmicos e ativistas que articulou a descriminalização do aborto de fetos anencéfalos no STF, acatada em 2012, se organiza para levar ação similar à Suprema Corte em meio à epidemia de microcefalia que se espalha pelo País.

Devemos afirmar, inicialmente, que os Espíritas são contra a prática abortiva, por constituir um crime perante as leis de Deus. Isso se verifica porque a morte provocada do feto em formação no útero materno, não permite ao espírito reencarnante nascer neste mundo, impedindo-o de passar pelas provas necessárias ao seu progresso espiritual.

Importa esclarecer que, desde a concepção, o espírito une-se ao embrião do futuro corpo por um laço fluídico, uma extensão do seu perispírito. O laço vai se apertando até o instante em que a criança vê a luz, conforme resposta dos benfeitores espirituais a Allan Kardec, na questão 344 de O Livro dos Espíritos. Essa é a razão do Espiritismo não ser a favor do aborto eugênico, no caso da microcefalia e da anencefalia, quando o feto apresentar má formação congênita no útero materno.

 

 ZIKA VIRUS E O ABORTO

A posição oficial da Associação Médico Espírita do Brasil – AME-BRASIL, destaca que “os que defendem a legalização do aborto encontraram na associação do aumento da microcefalia com o surto de zika vírus uma oportunidade para retomar a discussão da liberação do aborto no Brasil.

Recentemente foi noticiado que grupo liderado pela Débora Diniz, do instituto de bioética Anis, prepara uma ação no STF para a liberação do aborto em casos de microcefalia. É o mesmo grupo que propôs a ação para interrupção da gravidez de anencéfalos, acatada pelo STF em 2012.

A bióloga e feminista Ilana Löwy, numa entrevista para a Revista ÉPOCA, vê no surto de zika vírus uma oportunidade para se debater o direito de decisão da mulher de ter ou não o bebê, como aconteceu com a epidemia de rubéola no Reino Unido. Interessante é que a Rubéola hoje em dia é uma doença totalmente controlável e passível de prevenção através da vacinação, deixando de ser um risco epidêmico, usado como justificativa para a liberação do aborto na Europa.

Os argumentos utilizados se baseiam na liberdade da mulher poder escolher o que é melhor para si, esquecendo que existe uma vida a qual se está negando o primeiro e mais fundamental dos direitos humanos, o direito à vida”.

 

O DIAGNÓSTICO DA MICROCEFALIA E O ABORTO

Cabe ressaltar que os fundamentos utilizados para liberar o aborto dos fetos anencéfalos não se aplicam nesses casos, revela o documento da AME-BRASIL.

O diagnóstico da microcefalia é tardio, em torno da 28ª semana, diferentemente da anencefalia, que é feito a partir da 12ª semana de gestação.

As lesões da microcefalia geralmente aparecem na ultrassonografia depois da 24ª e não são incompatíveis com vida, como nos casos de anencefalia.

Além disso, o diagnóstico ecográfico de lesão neurológica não é 100% seguro, já que depende da análise de um profissional passível de equívocos. Existem inúmeros relatos de erros em fetos com diagnóstico de malformações neurológicas e que nasceram perfeitamente normais.

No entanto, os que argumentam em favor do aborto querem transformar o diagnóstico de microcefalia em atestado de morte para todas as crianças das mães que contraíram o zika vírus e que optarem pela interrupção da gravidez, mesmo com possibilidades de nascerem normais ou com poucas sequelas neurológicas.

 

MINHA MÃE NÃO OPTOU PELO ABORTO

A BBC-BRASIL apresentou o depoimento da jornalista Ana Carolina Cáceres, 24 anos, moradora de Campo Grande (MS), pelo fato dela ter desafiado todos os limites da microcefalia previstos por médicos. Eles esperavam que ela não sobrevivesse. Neste depoimento, ela defende uma discussão informada sobre o aborto.

 Disse ela: ‘Sou plena, feliz e existo porque minha mãe não optou pelo aborto’. "Quando li a reportagem sobre a ação que pede a liberação do aborto em caso de microcefalia no Supremo Tribunal Federal (STF), levei para o lado pessoal. Me senti ofendida. Me senti atacada. No dia em que nasci, o médico falou que eu não teria nenhuma chance de sobreviver. Tenho microcefalia, meu crânio é menor que a média. O doutor falou: 'ela não vai andar, não vai falar e, com o tempo, entrará em um estado vegetativo até morrer'.

Meu pai conta que comecei a andar de repente. Com um aninho, vi um cachorro passando e levantei para ir atrás dele. Cresci, fui à escola, me formei e entrei na universidade. Hoje eu sou jornalista e escrevo em um blog.

Escolhi este curso para dar voz a pessoas que, como eu, não se sentem representadas. Queria ser uma porta-voz da microcefalia e, como projeto final de curso, escrevi um livro sobre minha vida e a de outras 5 pessoas com esta síndrome (Microcefalia não é doença, tá? É síndrome!)”.

 

AGÊNCIA DA ONU RECOMENDA O ABORTO

Em Genebra, a agência da ONU defendeu o aborto em caso de suspeita de microcefalia – dentro dos limites da lei de cada país. A porta-voz da organização sugeriu que a lei seja modificada em países onde o aborto é proibido. E perguntou: como podem pedir a essas mulheres que não fiquem grávidas, sem oferecer a elas a possibilidade de interromper a gravidez?

Porém faço aqui uma pergunta: QUEM FICA COM A CULPA NA CONSCIÊNCIA? Para as autoridades fica fácil apontar o aborto como medida para conter a microcefalia, mas e a mulher que o pratica? Psiquiatras e psicólogos especializados em atender mulheres que abortaram alertam para o aumento dos transtornos emocionais causados pelo aborto provocado. Eles afirmam que os efeitos psicológicos do aborto são extremamente variados e não são determinados pela educação recebida ou pelo credo religioso. Esclarecem que a reação psicológica ao aborto espontâneo e ao aborto involuntário é diferente, está relacionada com as características de cada um desses dois eventos.

O aborto espontâneo é um evento imprevisto e involuntário, enquanto o aborto provocado interrompendo o desenvolvimento do embrião ou do feto e extraindo-o do útero materno contempla a responsabilidade consciente da mãe. As mulheres que se submeteram ao aborto afirmam que a culpa não é gerada de fora para dentro, infundida nelas por outras pessoas ou pela religião, ao contrário, ela surge e cresce em seu mundo íntimo a partir do ato abortivo.

Os problemas emocionais gerados pelo aborto são tão graves que em muitos países onde ele é legalizado foram criadas, pelas próprias mulheres vitimadas pelo aborto, associações como a Women Exploited by Abortion (Mulheres Exploradas pelo Aborto) nos EUA, e a Asociación de Víctimas del Aborto (Associação de Vítimas do Aborto) na Espanha, que orientam e alertam sobre as consequências prejudiciais do aborto.

 

CONCLUSÃO

Enfim, os Espíritas não são a favor do aborto eugênico no caso da microcefalia, da anencefalia, ou de qualquer má formação congênita, como também, não são a favor do aborto por motivos econômicos, devido à carência dos pais. Se ao invés de matar crianças investíssemos o dinheiro que rola na corrupção no combate à pobreza e a fome, isto já teria sido banido do nosso País. O Espiritismo ainda é contra o aborto em caso de estupro, pelo fato de a criança não ter nenhuma culpa do ato violento. A punição, portanto, deve voltar-se exclusivamente para o criminoso que violentou a mulher indefesa, de acordo com o Código Penal em vigor.

Só em casos extremos, para salvar a vida da gestante, é que a Doutrina Espírita admite o aborto terapêutico, conforme a questão 359 de O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec, pelo fato da mãe continuar viva e poder, logicamente, cuidar dos outros filhos. Mas se você está pensando em abortar ou defender tal ideia, imagine se nossas mães, quando fomos gerados, não fossem a favor da vida e nos abortassem? Pense e reflita.

CRIANÇA PORTADORA DE MICROCEFALIA

 

A JORNALISTA ANA CAROLINA NASCEU COM MICROCEFALIA

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