
MATÉRIA APRESENTADA NO SEMINÁRIO MINISTRADO EM LEOPOLDINA (MG), EM 14 DE SETEMBRO DE 2014 – TEXTOS EXTRAÍDOS DO OPÚSCULO O PASSE E A ÁGUA FLUIDIFICADA – O PASSE INDIVIDUAL PRECONIZADO POR JESUS – O PASSE COLETIVO NÃO TEM RECOMENDAÇÃO NAS OBRAS DA CODIFICAÇÃO – POR QUE APLICAR O PASSE
1 - ORIGEM DO PASSE
Na página “Fenômeno Magnético” do livro Religião dos Espíritos, Emmanuel esclarece: “Quem admite hoje o fenômeno magnético por novidade esquece naturalmente de que, no Egito dos Ramsés, velho papiro trazido aos nossos dias, já preceituava quanto ao magnetismo curativo: - ‘Pousa a tua mão sobre o doente e acalma a dor, afirmando que a dor desaparece’. Entretanto, importa considerar que é justamente em Nosso Senhor Jesus Cristo, que ele atinge o seu ponto mais alto na Humanidade (‘Se impuserem as mãos sobre os enfermos eles ficarão curados’ – Jesus)”.
2 -CONCEITUAÇÃO DO PASSE
Vamos apresentar, a seguir, alguns conceitos expendidos pelos Benfeitores Espirituais:
Emmanuel, na obra O Consolador, 1ª parte , cap. V, Questão 98, assevera:
“(...) Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas, com a diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório limitado, e os elementospsíquicos de um reservatório ilimitado das forças espirituais”.
André Luiz , Nos domínios da mediunidade, cap. 17:
“O passe é uma transfusão de energias, alterando o campo celular”.
O passe será aplicado, individualmente, porque não existe nas obras codificadas por Allan Kardec nenhuma proposta para aplicação do passe coletivo.
3 – POR QUE APLICAR O PASSE
Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, na nota da pergunta nº 70, esclarece: “(...) A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se insuficiente para a conservação da vida, se não for renovada pela absorção e assimilação de substâncias que o contém. O fluido vital se transmite de um indivíduo ao outro. Aquele que o tiver em maior porção pode dá-lo a um que o tenha de menos e em certos casos prolongar a vida prestes a extinguir-se”.
E o codificador, na questão 424 de O Livro dos Espíritos, pergunta aos benfeitores espirituais: “Por meio de cuidados dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se desfazerem e restituir-se à vida um ser quedefinitivamente morreria se não fosse socorrido?”
Resposta: “Sem dúvida e todos os dias tendes a prova disso. O magnetismo, em tais casos, constitui, muitas vezes, poderoso meio de ação, porque restitui ao corpo o fluido vital que lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos.”
Nas obras subsidiárias da Doutrina Espírita encontramos outros esclarecimentos, a saber:
Emmanuel, no livro Caminho, Verdade e Vida, Cap. CLIII comenta:
"Jesus impunha as mãos nos enfermos e transmiti-a-lhes os bens da saúde. Seu amoroso poder conhecia os menores desequilíbrios da Natureza e os recursos para restaurar a harmonia indispensável. Nenhum ato do Divino Mestre é destituído de significação. Reconhecendo essa verdade, os apóstolos passaram a impor as mãos fraternas em nome do Senhor e tornavam-se instrumentos da Divina Misericórdia..."
4 -FUNDAMENTOS DOUTRINÁRIOS: MEDIUNIDADE CURADORA
Allan Kardec publicou na Revista Espírita, de setembro de 1865, sobre o assunto, comentando o seguinte:
a - (...) A mediunidade curadora é exercida pela ação direta do médium sobre o doente, com auxílio de uma espécie de magnetização de fato ou pelo pensamento.
b - Quem diz médium, diz intermediário. A diferença entre o magnetizador, propriamente dito, e o médium curador, é que o primeiro magnetiza com o seu fluido pessoal, e o segundo com o fluido dos Espíritos, ao qual serve de condutor. O magnetismo produzido pelo fluido do homem é o magnetismo humano; o que provém do fluido dos Espíritos é o magnetismo espiritual.
c - O fluido magnético tem, pois, duas fontes distintas; os Espíritos encarnados e os Espíritos desencarnados. Essa diferença de origem produz uma grande diferença na qualidade do fluido e nos seusefeitos.
5 – CLASSIFICAÇÃO DOS PASSES
Afirma Allan Kardec em A Gênese, no item 33, Curas, do cap.XIV, que a ação magnética pode produzir-se de três maneiras, a saber:
1ª) pelo próprio fluido do magnetizador (MAGNETISMO HUMANO);
2ª) pelo fluido dos espíritos, atuando diretamente e semintermediáriosobre um encarnado (MAGNETISMOESPIRITUAL); e
3ª) pelos fluidos que os espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento (MAGNETISMO MISTO, SEMI-ESPIRITUAL ou HUMANO ESPIRITUAL).
6 - CENTROS DE FORÇAS
Nota: Evolução em Dois Mundos de André Luiz, faz considerações sobre o assunto – CENTROS DE FORÇAS.
7 – TÉCNICA DOS PASSES
Podemos dividir as técnicas do passe de duas maneiras:
- PELA SIMPLES IMPOSIÇÃO DAS MÃOS – impondo as mãos (sem tocar) sobre a cabeça no assistido. Os fluidos atingindo o centro coronário que, absorvendo a energia, vai distribuí-la por todo o corpo, carreando-a para o “centro de força” necessitado.
José Raul Teixeira em Diretrizes de Segurança, esclarece o seguinte, na pergunta 28:
“Porque as energias penetram o centro coronário e são distribuídas por essas linhas de forças, à semelhança de qualquer medicamento, elas vão atingir as áreas carentes. Se estivermos com uma problemática cardíaca, por exemplo, não haverá necessidade de aplicarmos as energias sobre o músculo cardíaco, porque em penetrando nossa intimidade energética, aquele centro lesado vai absorver a quantidade, a parcela de recursos fluídicos de que necessita. Do mesmo modo, se temos uma dor na ponta do pé e tomamos um analgésico, que vai para o estômago, a dor na ponta do pé logo passa. Então, o nosso cosmo energético está, como diz a Doutrina Espírita, ligado célula por célula ao nosso corpo somático".
b )PELA MOVIMENTAÇÃO DAS MÃOS - Podemos movimentar as mãos (sem tocar) ao longo do paciente.
8 – CASOS
1º) Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 17
André Luiz conta que "Conrado impondo a destra sobre a fronte da médium, comunicou-lhe radiosa corrente de forças e inspirou-a a movimentar as mãos sobre a doente, desde a cabeça até o fígado enfermo."
2º) Obreiros da Vida Eterna, Cap. 18
"Atendendo-lhe a ordem, segurei a fronte do agonizante, ao passo que ele (Jerônimo) lhe aplicava passes longitudinais, preparando o desenlace."
3º)No Mundo Maior, Cap. 12
"Demorou-se minutos longos administrando-lhe forças ao redor dos vasos mais importantes e, em seguida, desenvolveu passes longitudinais, destinados à quietação dos nervos. Ante minha admiração natural, Calderaro explicou-se: Preparamos acesso à trombose pela Calcificação de certas veias. A desencarnação chegará suavemente, dentro de alguns dias..."
OBSERVAÇÕES
- Observemos que, nos três exemplos, o passe empregado foi o longitudinal, entretanto, os objetivos diferiam.
- No primeiro caso, a finalidade era curar o fígado do irmão em dificuldade. No segundo, a desencarnação de Cavalcante. No terceiro caso, não só favoreceu os nervos como preparou a trombose para propiciar a desencarnação de Fabrício.
- Compreendamos que o ângulo de observação de André Luiz é do plano espiritual. Quando ele se refere a tipos de passes, os "passistas" são sempre os espíritos.
- Por outro lado, a escolha do tipo de passe foi precedido de um exame perfeito, já que os espíritos encarregados desse trabalho podem ver o funcionamento de nossos órgãos, o que para nós, encarnados, é impossível.
Continua no próximo número.