
Todos os espíritas que estudam regularmente nossa Doutrina, conhecem o conceito de revelação. Conforme esta ideia, existe um projeto estabelecido pela divindade para conduzir a humanidade na direção dos mundos maiores. Este projeto possui etapas e nelas inclui-se o que se chama de revelação.
Conforme este ponto de vista, há momentos na história da humanidade em que deve ser dado um passo largo na direção do progresso. Então, a Espiritualidade Maior envia à terra um mensageiro (o revelador) que se incumbe de levantar o véu que cobre determinadas verdades ainda desconhecida dos homens. Assim, Moisés teria sido o escolhido para a primeira revelação religiosa do mundo, Jesus Cristo, da segunda e os espíritos que se comunicaram com Allan Kardec, da terceira.
Nesse trabalho, nos interessaremos principalmente pela Primeira Revelação que consiste na passagem do politeísmo para o monoteísmo. Quando se fala nesta revelação ressalta-se apenas Moisés como a figura única deste processo cujo desenvolvimento se encontra no Pentateuco bíblico composto pelos livros: Gênesis, Êxodos, Levítico, Números e Deuteronômio.
De fato, não se pode negar a importância que teve Moisés neste; sua missão e o modo como a conduziu, entretanto, por uma questão de justiça, não se deve excluir o papel de Amenófis IV ou Akhenaton, o primeiro monoteísta do Ocidente.
Este livro pretende resgatar este nome desconhecido inteiramente por muito e mostrar como ele foi importante para que o próprio Moisés levasse a bom termo sua missão. Esta influência foi tão forte que, vendo-se a semelhança entre o monoteísmo egípcio e a religião de Moisés, alguns estudiosos chegaram à conclusão de que Moisés e Akhenaton eram a mesma pessoa.
Outros estudiosos, como Sigmund Freud acreditavam que Moisés era egípcio e que seria um sacerdote de Akhenaton o qual, depois da queda do regime de Amarna, teria formado um grupo de semitas que viviam no Egito na condição de escravos e levados para o deserto a fim de dar continuidade à religião de Aton.
Não vamos entrar em polêmica sobre essas questões. A nossa pretensão é apenas mostrar ao leitor espírita um espírito muito especial que influenciou e não pouco a religião de Moisés. Para nós, Akhenaton encarnou para preparar ou aplainar os caminhos de Moisés, pois a sua revolução religiosa, que durou cerca de 17 anos, deixou marcas consideráveis no pensamento religioso do antigo Egito. Moisés beberá nesta fonte e nós devemos ser gratos ao espírito de Akhenaton que foi de fundamental importância para que a humanidade desse um passo definitivo na direção das esferas crísticas.