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Artigo do Jornal: Jornal Agosto 2014
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Estamos vivendo um período de transição da humanidade. Emmanuel, na introdução de seu belíssimo livro, A Caminho da Luz, psicografado por Chico Xavier em 34 dias: de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938, escreveu: “Aproxima-se o momento em que se efetuará a aferição de valores terrestres para o ressurgimento das energias criadoras de um mundo novo”. O planeta, material e moralmente classificado como mundo de expiações e de provas, passará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado: o de mundo de regeneração.

De fato, conforme previu esse sábio e amoroso espírito, um ano após o término desse livro, teve início a Segunda Grande Guerra Mundial, em setembro de 1939, que ceifou cinquenta e cinco milhões de vidas.

Alguns milhões desses Espíritos rebeldes, empedernidos no mal, que impediam a evolução da Terra, foram exilados para mundos primitivos, dando início ao processo de expurgo dos seres, tal qual ocorreu com o orbe da estrela Capela, quando para cá vieram milhões de habitantes, em forma de degredo, há 12.000 anos. Em seu outro livro Plantão de Respostas II, Emmanuel informa que essa transição terá seu final no ano de 2057.

Não obstante essa realidade que se nos apresenta, vemos que a preocupação materialista é tanta que chega a assustar. Em todas as ocasiões só se ouve falar em como e onde aplicar melhor os bens. Talvez, pelo medo instintivo do futuro, o indivíduo se sinta motivado a juntar dinheiro, esquecendo-se de estipular limites para suas economias. Fascinado pelo patrimônio a construir, acaba se esquecendo do sentimento, que é o instinto elevado à altura do progresso.

Com tamanho progresso tecnológico que duplica a cada quatro anos o nosso cabedal de conhecimento, devemos perguntar: onde está o nosso sentimento?

As pessoas andam nas ruas completamente distraídas e indiferentes aos problemas do próximo. Parecem hipnotizadas e só pensam numa coisa: em si mesmas.

Jesus, no Sermão do Monte, no capítulo 6, versículo 21, afirmou: “Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.

É necessário, é muito importante que todos os dias perguntemos a nós mesmos, com responsabilidade, auscultando o recôndito de nossa alma: Onde está o meu coração? Onde está o meu sentimento? Qual o meu tesouro nesta existência?

É urgente, é inadiável que coloquemos o sentimento no lugar certo, educando-o, ou então, nesses tempos cujo ciclo se fecha, colheremos somente tensões e desgraças na Terra.

Agora , é o nosso tempo. Desde o momento do nosso acordar, já nos condicionamos a um dia que, como dizem os jovens em sua sabedoria intuitiva, “ninguém merece!”. Olhamos para o tempo: se está nublado, será um dia triste, monótono, com maus presságios. Se tem sol, será muito calorento.

Não faça isso com você! Ao acordar, desmembre essa palavra e veja no que vai dar: a cor dar é o que você deve fazer – dar cor ao seu dia. O dia é seu. Deus lhe proporcionou mais uma oportunidade de viver e ela se chama presente. Valorize essa dádiva divina e comece o dia agradecendo. Não importa a aparência que esse presente tenha, e sim o que você fará dele. Diga assim, como num mantra: “Há um sol brilhando dentro de mim! A vida é bela! Eu nasci par amar! O mal que me fazem não me faz mal; o mal que me faz mal é o mal que eu faço aos outros, porque me torna um homem mau! Não há morte só há vida!”. (Extraído do livro Os Morfeus do Sonho, de minha autoria.)

Conta Joanna de Ângelis, por intermédio da psicografia segura de Divaldo Pereira Franco, que nos dias heroicos da pregação evangélica no cristianismo nascente, pernoitando numa gruta, Paulo de Tarso e Barnabé comentavam vibrantes e emocionados sobre o “tesouro que conduziam e o Príncipe a Quem se deram...”

Por perto se acoitavam salteadores que, ouvindo atentamente, dominados pela cobiça, de imediato avançaram armados e exigiram as moedas e o roteiro que conduzia ao tesouro, arrebatando das mãos dos trabalhadores da Boa Nova os apontamentos evangélicos que eles utilizavam para as pregações.

Barnabé e Paulo referiam-se à Boa Nova como seu tesouro, cujos gráficos conduziam em peles de carneiro e cuja mensagem entesourava no coração como roteiro diário para a vida.

Os bandoleiros pensavam em joias, moedas, tapetes e especiarias que ambicionavam em troca da própria vida, se necessário.

Assim, tesouro para Paulo e Barnabé é a Palavra da Vida; enquanto que, tesouro para os malfeitores, se transformava em fardo de aflições.

O Espiritismo vem em tempo hábil, no momento em que a humanidade anda tão desorientada, mostrar onde deve estar o nosso verdadeiro interesse, onde deve estar o nosso coração.

Treinemos o pensamento, as palavras e as ações em direção ao bem, pois somente assim poderemos nos desprender dos grilhões que nos ligam às coisas materiais, prevenindo-nos contra o nosso passado delituoso, que para nós é uma incógnita.

As leis de Deus estão escritas em nossa consciência, que é o espírito imortal a caminho de sua perfectibilidade relativa. Sabemos por essa “voz da consciência” o que somos e qual é o nosso verdadeiro valor.

Temos débitos do passado que precisam ser acertados. Para esse mister, existem dois caminhos: o caminho do amor e o caminho da dor. A lei de Deus é lei de reajuste e não de cobrança inflexível. Se há pretérito a resgatar, há oportunidade de semear. O apóstolo Pedro, em sua primeira epístola, capítulo 4, versículo 8, nos dá a receita ideal para regularizarmos nossa conta, quitando-nos com nosso carma: “Tende amor intenso uns para com os outros, porque só o amor cobre multidão de pecados”.

O Espírito Neio Lúcio, em carta ao seu filho, Dr. Rômulo Joviano, psicografada por Chico Xavier, em 25 de outubro de 1944, publicada no livro Sementeira de Luz, revela a identidade de um seu amigo, o Dr. Louis Ensch, elucidando e enaltecendo sua amizade: “Ele é digno de estima, consideração e amizade, e em tempo algum de sua existência foi tão oportuno o contato com os assuntos propriamente espirituais”.

Esse amigo ao qual ele se refere é Nero, o imperador romano, reencarnado em 1885, em Luxemburgo, registrado como Louis Ensch. Diplomou-se pela Escola Politécnica de Aix-La-Chapelle, em 1920. Começou sua carreira como contramestre na fábrica de Aço da Usina de Burbach, da Arbed, chegando a engenheiro chefe dos altos fornos e se tornando respeitado siderurgista na Europa. Chegou ao Brasil em novembro de 1927, para encerrar as atividades da usina Belgo-Mineira em Sabará, Minas Gerais, e para fomentar novos negócios na região, com a implantação, em 1935, de uma nova usina em João Monlevade. Nesta cidade mineira, Dr. Louis Ensch proporcionou a construção de mil e oitocentas residências, abriu ruas e implantou sistemas de saneamento básico (água, energia elétrica, esgoto sanitário, pavimentação), além do Hospital Margarida e de várias escolas. Trabalhou na Belgo-Mineira durante 26 anos e ocupou o cargo de diretor-geral”.

“Nero, hoje, – continua Neio Lúcio – procura transformar as fogueiras do circo em fornos de serviço, onde o pão e o trabalho, a luz e a educação construtiva se façam para todos. É um belo espírito consagrado ao amor às antiguidades clássicas. Todavia, é também um amigo que penetra presentemente em fase muito aguda de sofrimentos morais, porque precisa vencer os companheiros mal avisados de outro tempo a fim de possibilitar a continuação do próprio trabalho, de ordem coletiva. Cercam-no verdadeiros cipoais, que lhe põem à prova a capacidade espiritual. Pedimos a Deus que conceda a ele forças para não trair os compromissos firmados no Além”.

Wanda Amorim Joviano, neta do Dr. Arthur Joviano (espírito Neio Lúcio), informa que o Dr. Louis Ensch desencarnou em 9 de setembro de 1953, em seu país natal, mas foi sepultado, segundo seu desejo, em João Monlevade, próximo à usina que ele construiu.

A vida é bela e a oportunidade é de ouro! Como afirmou Oswaldo Cruz, o grande sanitarista brasileiro, o mesmo Estácio de Sá reencarnado, segundo Humberto de Campos, no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho: “Não esmorecer para não desmerecer”.

Muita paz!

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