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Artigo do Jornal: Jornal Junho 2014

Sobre o autor

Iris Sinoti

Iris Sinoti

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O Pão nosso de cada dia nos dai hoje...

Mesmo com tantos necessitados do pão físico no nosso planeta, é ainda muito maior o número de necessitados do pão que alimenta a alma, a psique. Do que realmente temos fome?

        O pão é o alimento essencial, símbolo do alimento espiritual, assim como Jesus afirmou ser o Pão da Vida. Precisamos nos nutrir espiritualmente todos os dias, pois assim como nutrimos o corpo, nossa alma precisa ser abastecida dos valores eternos, da bondade, paciência, benevolência, humildade, da fé... E principalmente do fermento do amor.

        Essa busca pelo alimento da alma precisa ser feita no momento presente, no agora, precisamos vivenciá-lo todos os dias, sem adiamentos. Não precisamos fazer economia desse alimento, deveremos saboreá-lo ao máximo.

        Hoje... Jesus não diz simplesmente que devemos querer o pão, mas querê-lo hoje. E o hoje é a única certeza que temos, por isso, precisamos ser melhores aqui e agora, exatamente hoje. E no dia em que todos se alimentarem do pão espiritual, diariamente, o pão físico não faltará na Terra, porquanto vencido o egoísmo a prosperidade e solidariedade reinarão. 

Perdoai as nossas dívidas, como também nós perdoamos aos nossos devedores...      

        O quanto estamos devendo à vida? Devemos: gratidão, compreensão, amor, gentileza, respeito, paciência, solidariedade, afeto e muito mais. Temos “dívidas” uns com os outros, com todos que nos precederam e prepararam caminho para nosso crescimento, e esse sentimento deve nos mover na direção da humanidade.

        Precisamos ter contato com as nossas fragilidades, aprender a lidar com os erros do passado, não para autovitimização ou autocondenação, mas para nos libertar deles através do autoamor e da responsabilidade que assumimos perante nossos atos. Caso não façamos isso conosco, dificilmente teremos condições de perdoar aos nossos devedores, pois estaremos vendo neles o que estamos deixando de fazer por nós e pelo próximo.

        A nossa dívida será perdoada na medida em que também conseguirmos perdoar o outro. Quando conseguirmos compreender que cometemos erros na trajetória, e que muitas vezes por orgulho deixamos de ser como poderíamos ser, também compreenderemos que o outro, na sua trajetória, encontra dificuldades no caminho. Quem aprende a amar, perdoa-se e perdoa. Libertando-se, também liberta o outro da responsabilidade do mal que nos atinge.

Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

        Toda mudança exige de nós que percorramos uma trajetória. Para isso, precisamos reconhecer as nossas prisões interiores e termos coragem para sair delas. Se não conhecermos a nossa sombra, facilmente cairemos em tentação, ou seja, nos identificaremos com ela de maneira tal que agiremos na vida de forma equivocada e muitas vezes perversa. E ainda a projetaremos fora, encontrando todo o mal no outro e no mundo, enquanto nos esquecemos de verificá-lo em nós mesmos.

        “Livrarmo-nos do mal” não significa querer se libertar por um passe de mágica do nosso lado sombrio, mas construir valores morais suficientes para sermos mais fortes que as nossas más inclinações. Que não caiamos na tentação do poder, das glórias externas, da ilusão do mundo material. Que tenhamos a coragem de nos livrar de tudo que possa nos desviar do caminho que nos une com o Pai.

(Amém) Que assim, seja!

        Amém, traduzido muitas vezes como “ >assim seja >”, tem origem hebraica, significando ainda “verdadeiro, firme seguro. Que todo esse caminho seja a nossa “verdade”, que “assim seja” a nossa trajetória iluminativa, para que finalmente possamos encontrar Deus dentro de nós mesmos, e a partir disso reconhecer a Sua presença em cada um dos seres vivos, e em todas as coisas.

       O “Pai Nosso” é trajetória psicoterapêutica de valor inestimável, que de >oração > deve transformar-se em ação¸ em cada um dos seus passos, para que um dia possamos ser perfeitos, como perfeito é o Pai Celestial.

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