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Artigo do Jornal: Jornal Fevereiro 2014
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João terminou dessa forma seu evangelho: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos”.

Assim, há uma imensa bibliografia com histórias extraídas das tradições do mundo espiritual sobre os atos de Jesus. E, no excelente livro Jesus no Lar, psicografado por Francisco Cândido Xavier, Neio Lúcio nos remete às reuniões feitas por Jesus, na casa de Simão Pedro, no círculo mais íntimo dos apóstolos e seguidores da primeira hora.

Naquele cenário de vibrações sublimes, os frequentadores comentavam acerca das faculdades divinas de que o Mestre dava testemunho amplo, curando loucos e cegos, quando Isabel, a zelosa mãe de João e Tiago, indagou sem preâmbulos:

— “Senhor, terás contigo algum talismã de cuja virtude possamos desfrutar? algum objeto mágico que nos possa favorecer?

Jesus passou na matrona os olhos penetrantes e falou, risonho:

— Realmente, conheço um talismã de maravilhoso poder. Usando-lhe os milagrosos recursos, é possível iniciar a aquisição de todos os dons de Nosso Pai...

E Jesus continuou a descrever todas as possibilidades de crescimento oferecidas pelo talismã, quando a esposa de Zebedeu perguntou, espantada:

— Mestre, onde poderemos adquirir semelhante bênção? Dize-nos. Precisamos desse acumulador de felicidade.

O Cristo, então, acrescentou, bem-humorado:

— Esse bendito talismã, Isabel, é propriedade comum a todos...

O tempo é o divino talismã que devemos aproveitar”.

O calendário foi feito pelo homem, na tentativa de marcar o tempo, com base nos movimentos do nosso planeta: rotação – volta completa da Terra em torno do seu eixo, dando os dias e as noites, formando 24 horas, que chamamos dia, e translação – volta em torno do sol, perfazendo 365 dias, que chamamos ano.

O tempo, entretanto, é a eternidade – um patrimônio divino concedido a todos, indistintamente, para o cumprimento de nossa missão principal – evoluir. Cabe a nós aproveitá-lo ou não fazer conta. O resultado será o justo reconhecimento por nossos atos.

Diz o poeta Laurindo Rabelo, no poema intitulado A conta do tempo:

Deus pede estrita conta do meu tempo.

Forçoso é do meu tempo já dar conta.

Mas como dar sem tempo tanta conta,

Eu que já gastei sem conta tanto tempo?

Para ter muita conta feita a tempo,

Dado me foi bom tempo e não fiz conta,

Nem quis, sobrando tempo, fazer conta.

Quero hoje fazer conta e falta o tempo,

Oh! Vós que tendes tempo sem ter conta,

Não gasteis esse tempo em passatempo.

Cuidai de enquanto é tempo fazer conta.

Mas ah! Se os que contam com seu tempo

Fizessem desse tempo alguma conta,

Não choravam, como eu, por não ter tempo!

Agora, estamos vivendo o tempo de transformação do nosso planeta. Ele não será destruído, haverá a transformação moral da humanidade. A Terra subirá na escala da evolução: de mundo de Expiação e Provas, para mundo de Regeneração.

O sábio e amoroso Emmanuel, no livro A Caminho da Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, no ano de 1938, escreveu na introdução: Aproxima-se o momento em que se efetuará a aferição de todos os valores terrestres para o ressurgimento das energias criadoras de um mundo novo.

E, realmente, um ano depois do lançamento desse livro, no dia 1º de setembro de 1939, iniciou a Segunda Grande Guerra Mundial, que se estendeu até maio de 1945, ceifando cinquenta e cinco milhões de pessoas, e muitas delas foram exiladas para outro planeta em estado de desenvolvimento, qual ocorreu na Terra, quando para cá vieram os Espíritos exilados de um planeta da estrela Capela. Emmanuel, no livro Plantão de Respostas II, disse que esse movimento de transição do nosso planeta, se completará no ano de 2057.

As grandes transformações descritas pela Espiritualidade Superior, conquanto afetem o orbe terrestre em face dos fenômenos geológicos e atmosféricos, não serão de destruição da vida nem do planeta, e sim, da mudança de comportamento e da educação dos sentimentos, quando todos seremos convidados, por intermédio da dor, nossa e dos outros, vivenciando e presenciando os acontecimentos. Todos, sem exceção, estaremos envolvidos, pois não há privilégios na Lei Divina, como afirmou Jesus no Sermão da Montanha: O Pai celeste faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos.

Planejemos nosso tempo, nesse ano de 2014, através do poder de decisão e o esforço para lutarmos contra nossas más tendências. Os Espíritos Superiores responderam a Allan Kardec, na questão 845, de O Livro dos Espíritos: “Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder”.

Aproveitemos o talismã divino que nos trará a solução para todos os nossos problemas, sabendo que a Terra é o atalho nas estradas de ascensão.

André Luiz conta no livro Nosso Lar que, após passar mais de oito anos consecutivos nas esferas inferiores, ficou surpreso ao saber que não fora a moléstia a causa de tantos sofrimentos, – câncer no intestino –, mas o seu procedimento mental no planeta que não estava enquadrado nos princípios de fraternidade e da temperança.

O grande instrutor espiritual nunca imaginou que a cólera fosse um manancial de forças negativas que enviamos a nós mesmos, e que a ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com os semelhantes, aos quais muitas vezes ofendeu sem refletir, conduziam-no frequentemente à esfera dos seres doentes e inferiores.

Após todo esse sofrimento, que poderia ser evitado, André Luiz vem, por intermédio desse livro de ouro da Espiritualidade, escrito há mais de setenta anos, a conclamar-nos ao aproveitamento do tempo:

“Oh! Amigos da Terra! Quantos de vós podereis evitar o caminho da amargura com o preparo dos campos interiores do coração? Acendei vossas luzes antes de atravessar a grande sombra. Buscai a verdade antes que a verdade vos surpreenda. Suai agora para não chorardes depois”.

Muita paz!

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