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     A depressão é definida como um mal de nosso tempo.

     No entanto, se a considerarmos sinônimo de melancolia, constataremos que ela sempre esteve presente na vida humana.

     Já Hipócrates, há dois mil e quinhentos anos, a definia assim:

     Uma afecção sem febre, na qual o Espírito, triste, permanece sem razão fixado em uma mesma ideia, constantemente abatido.

     Ao longo dos séculos a depressão tem sido associada a fatores hereditários ou ambientes. Seria um mal herdado dos ancestrais ou adquirido por influências externas.

     O Espiritismo abre esse leque, a começar por causa insuspeita, definida pelo Espírito François de Genève, em manifestação registrada no capítulo V, de O Evangelho segundo o Espiritismo, em tópico que leva o título Melancolia:

     Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera de vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida? É que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia, e vos julgais infelizes.

     Uma das causas da depressão seria, portanto, o sentimento inconsciente de perda de algo que ficou no passado distante, no mundo espiritual, onde o Espírito não sofre as limitações impostas pelo corpo físico.

     Não é só isso. A Doutrina Espírita nos fala de dois fatores básicos para a depressão: a consciência culpada e as influências espirituais, em processos obsessivos.

     O cultivo de más ações, os vícios, o comprometimento com as paixões, em existências anteriores ou na atual, geram complexos de culpa. Estes, ainda que sepultados no inconsciente, desajustam nosso psiquismo, favorecendo os estados depressivos.

     E há a pressão de nossos desafetos espirituais, inimigos que granjeamos com as más ações. Seu propósito é exercitar a vingança, induzindo-nos a torturantes desajustes, sempre sugerindo um comportamento indisciplinado e o desejo de morrer.

     Indo além da mera definição das causas, os princípios codificados por Allan Kardec nos ajudam a superar o mal do século, seja qual for a sua origem, com um comportamento disciplinado, voltado para o Bem e a Verdade.

     É o que procuro demonstrar em meu livro mais recente, Depressão, um caso de superação, publicado pela Editora CEAC-Bauru.

     Adotei o gênero romance por entender que o conhecimento veiculado por intermédio de uma história é sempre mais fácil de ser assimilado, principalmente por pessoas que têm dificuldade para fixar a atenção, como ocorre com os deprimidos.

     Procurando demonstrar que a depressão não escolhe classe social, o personagem central do livro é um médico bem posto na profissão, bem casado, boa situação financeira, mas perseguido por terrível depressão que o oprime e o leva até mesma a cogitar do suicídio.

     Os recursos mobilizados no Centro Espírita em seu benefício, proporcionando-lhe valioso ensejo de recuperação, demonstram o alcance extraordinário da Doutrina Espírita, no tratamento dos males do corpo e da alma.

     Fica também o princípio elementar de que nossos males físicos e psíquicos não são fruto de meros acidentes hereditários ou influências ambientes. Guardam relação com o que fizemos no passado e o que estamos fazendo no presente.

     Oportuno lembrar, caro leitor, que os direitos autorais de minhas obras foram doados a instituições espíritas voltadas para a divulgação da Doutrina Espírita e àquelas que mantêm obras filantrópicas, o que me deixa à vontade para convidá-lo a ler Depressão, um caso de superação, ou presenteá-lo a alguém que saiba portador desse terrível mal do século.

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