
Nosso grande e ilustre poeta não poderia ser mais explícito e verdadeiro... Pestalozzi, mestre de Hippolyte Léon Denizard Rivail/Allan Kardec, no século XIX já empregava o método do “aprender fazendo” e já colocava “o afeto na sala de aula”... E Jesus, mestre por excelência, nos recomendou “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”...
Esclarecedores de toda ordem e de todo tipo não nos têm faltado, desde as épocas mais remotas – hoje, mais do que nunca, entendemos um pouco melhor o que significam o pensamento, a vontade, os sentimentos, em movimentação de energias.
Léon Denis, espírita contemporâneo de Kardec e, podemos dizer, àquela época, continuador do Espiritismo filosófico-moral, em seu livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor, discorre com muita lucidez sobre o pensamento e a vontade. Ele diz : “o pensamento é criador; somos o que pensamos, com a condição de pensarmos com força, vontade e persistência” (...) “O homem só é grande, só tem valor pelo seu pensamento; por ele suas obras irradiam e se perpetuam através dos séculos”.
E Allan Kardec, na Revista Espírita de dezembro de 1864, num estudo sobre a comunhão de pensamentos, assegura que “o pensamento é atributo característico do ser espiritual; é ele que distingue o espírito da matéria; a vontade não é um atributo especial do espírito – é o pensamento chegado a um certo grau de energia, é o pensamento transformado em força motriz” .
“Querer é poder”, diz o ditado popular. E, voltando a Léon Denis, também ele, no mesmo livro, afirma: “querer é poder! O poder da vontade é ilimitado. O homem, consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente crescerem suas forças na razão de seus esforços” .
Contudo, estamos submetidos à lei de liberdade, lei natural, divina; e esta nos assegura que, se não somos inteiramente livres na questão do relacionamento entre as criaturas, visto precisarmos respeitar o direito delas, assim como desejamos que respeitem o nosso, o somos quanto ao nosso pensar e quanto à nossa consciência. É nesse campo, gozando de liberdade absoluta e soberana, embora muitas vezes acreditemos o contrário, que reside o nosso livre-arbítrio.
E o nosso livre-arbítrio é o executor das escolhas que a nossa vontade determina em função dos pensamentos que cultivamos, pensamentos esses os mais diversos, bons ou maus, positivos ou negativos, alegres ou tristes, felizes ou infelizes. Este o fator determinante do tipo de criações e realizações engendradas pelo nosso pensamento e a nossa vontade.
Aí, uma vez escolhidas e efetivadas essas criações e realizações, quer no mundo físico quanto no extrafísico, o retorno a nós, em conformidade com a qualidade da emissão, é inevitável; de uma forma ou de outra nos caberá arcar com os resultados do que comumente conhecemos como semeaduras, mas que também, no atual mundo capitalista, podemos chamar de “investimentos” – se investimos em boas ações, o retorno será lucrativo; se investimos em más ações, só poderemos esperar prejuízos...
Recolhemos ainda em Léon Denis um esclarecimento da maior relevância para nós: “Todo poder da alma resume-se em três palavras: querer, saber, amar! Querer, isto é, fazer convergir toda a atividade, toda a energia, para o alvo que se deseja atingir, desenvolver a vontade e aprender a dirigi-la. Saber, porque sem o estudo profundo, sem o conhecimento das coisas e das leis, o pensamento e a vontade podem extraviar-se no meio das forças que procuram conquistar e dos elementos a quem aspiram governar. Acima de tudo, porém, é preciso amar, porque sem o amor, a vontade e a ciência seriam incompletas e muitas vezes estéreis (...) Não se trata aqui do amor que contempla sem agir, mas do que se aplica a espalhar o bem e a verdade pelo mundo” .
Certamente compreendemos as palavras do nosso grande companheiro espírita – quanto é verdadeira a necessidade de bem compreender o querer, o saber e o amar para não nos perdermos em fantasias e propósitos ilusórios! Há milênios tantos enviados nos vêm trazendo os instrumentos de que necessitamos para a boa elaboração dos alicerces fundamentais para a nossa evolução...
Por isso lembramos o verso de Drummond de Andrade: amor se aprende amando. É no exercício continuado – ainda quando cometemos erros durante o aprendizado; ainda quando não entendemos claramente o significado da frase toda forma de amor vale a pena – que chegaremos a alcançar esse sentimento sublime do amor incondicional, do amor crístico que o Mestre Jesus vivenciou entre nós.
Amor foi o tema escolhido para este mês, mês do Natal, NATAL DE JESUS, renovado simbolicamente a cada ano, embora se diga em versos, textos e canções que todo dia é Natal, porque todo dia é dia de amar... A todos os nossos leitores o que desejo é amor em suas vidas, no Natal e sempre.