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No livro Darwin e Kardec, Um Diálogo Possível, da nossa conhecida Hebe Laghi, temos interessante síntese sobre a trajetória evolutiva humana, considerando não apenas a perspectiva física, mas, da mesma forma, a espiritual. De forma simples e objetiva, tracemos algumas reflexões sobre a obra.
Conforme nos diz a Codificação Kardequiana, o processo de evolução de toda criatura passa por estágios evolutivos bastante primários até que o princípio espiritual, após coletar as experiências evolutivas necessárias, sofre processo de transformação ainda não revelado a nós, dando origem ao espírito. Naturalmente, pela incompreensão da essência da ideia, tal proposta causa estranheza a muitos, perguntando-se, até de forma jocosa, se procedem de um “alface” ou de outro ser mais primitivo, esquecendo-se da elasticidade e tempo de maturação o qual exige o processo de evolução como um todo. Basta compararmos as potencialidades do espírito do Cristo às primeiras encarnações do Homo Sapiens Sapiens e veremos que um processo evolutivo é tomado de milhares de anos, o mesmo se dá no caminho até a formação de um espírito, o qual parte da matéria menos complexa, no início da formação do princípio espiritual, até o estágio final onde estabelece-se o ser inteligente, o espírito em si. Recordando a resposta à questão de número 540 do Livro dos Espíritos: “... É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo. Admirável lei de harmonia, que o vosso acanhado espírito ainda não pode apreender em seu conjunto!”.
Portanto, o princípio espiritual atravessa os reinos mineral, vegetal, animal até finalmente atingir o reino hominal onde nos encontramos.
Façamos uma conta rápida: segundo fontes científicas, o Homo Sapiens Sapiens surgiu a cerca de 120 mil anos. Se considerarmos uma média de 40 anos por reencarnação, o que não é pouco compreendendo os períodos remotos da civilização, bem como uma média de 80 anos na erraticidade, chegaremos à conclusão de que cada um de nós tem cerca de 1000 reencarnações. Obviamente que esta ilação é bastante carente de certezas, sabemos que alguns evoluem mais rápido, outros menos. Outros tantos procedem de outros orbes, enfim, este número de reencarnações é apenas uma base didática para desenvolvimento das próximas reflexões.
Aceitando a dedução de que cada um de nós possui cerca de 1000 reencarnações, pergunto, onde foi realizada a escolha sexual? Na primeira encarnação do espírito, vindo a se consolidar nas reencarnações posteriores, ou o espírito já atravessa a fase de princípio espiritual com uma definição inicial?
A autora Hebe Laghi traz exatamente esta proposta, a qual deduz que a definição do polo sexual já se inicia no princípio espiritual, mais precisamente nos estágios do reino animal, trazendo já na primeira encarnação como espírito uma escolha inicial a qual poderá ou não se confirmar.
É importante destacar que, conforme o Livro dos Espíritos, questão 200, o espírito não possui sexo, porém necessita, para sofrer o completo processo evolutivo moral, da distinção e experiências em ambos os polos sexuais. Portanto, a escolha sexual do espírito está “fisicamente” no períspirito, dando vazão às tendências e experiências do próprio espírito.
Entendendo este processo de formação do espírito, bem como da escolha do sexo, reflitamos o que aconteceria se um espírito com 1000 reencarnações como mulher reencarnasse em um corpo físico masculino e vice-versa?
Quanto sofrimento, dor, angústia, desespero, preconceito e rejeição seriam evitados se simplesmente admitíssemos que a escolha sexual pertence ao espírito, fruto de milhares de anos, e não à matéria.
É bem verdade que o homossexualismo pode ocorrer pelas vias da prova em espíritos missionários (casos raros) ou através da expiação, em espíritos comprometidos principalmente na área sexual. Sendo assim, o que os leva a tal comprometimento? O que lhes teria causado tamanho desequilíbrio sexual a ponto de vivenciar a completa falta de respeito pelo sexo oposto, necessitando do reencontro moral pelas vias da homossexualidade?
Muitos destes irmãos, antes de delinquirem no sexo, ainda nas transatas encarnações heterossexuais, sofreram traumas acerbos, rejeições e/ou processos de carência afetiva, desenvolvendo ódio inconsciente pelo sexo oposto, vingando-se através da irresponsabilidade para com os sentimentos alheios nas buscas desenfreadas pelo prazer.
E onde estão os personagens desencadeadores (não culpados, pois o livre arbítrio é inalienável) de tal processo cruel? Geralmente estão no próprio lar abraçando ou rejeitando o filho, irmão ou parente em busca do reequilíbrio e educação.
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