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Artigo do Jornal: Jornal Outubro 2013
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     Num velho barco pesqueiro, toda a tripulação foi contaminada por alimento deteriorado.

     Manifestou-se o terrível botulismo.

     Problema gravíssimo!

     Morte certa, se não recebessem o soro salvador!

     O barco estava em alto-mar, a milhares de quilômetros do centro médico mais próximo.

     Usando precário equipamento, o capitão estabeleceu contato com um radioamador, em país próximo.

     A partir daí formou-se imensa cadeia de boa vontade.

     Conjugaram outros operadores, laboratórios, médicos, autoridades, pilotos de aeronaves, serviçais humildes...

     Dezenas de pessoas mobilizaram-se até que o precioso medicamento fosse entregue à tripulação.

     Desceu em paraquedas sobre o barco, como bênção do céu.

     E todos se salvaram!

     ***

     É elementar, caro leitor: quando a fraternidade encontra abrigo nos corações, não há mal que lhe oponha resistência.

     Numa empreitada qualquer, se estivermos sozinhos, teremos duas mãos; se nos unirmos a alguém, teremos quatro mãos.

     Se formos uma multidão, haverá milhares de mãos entrelaçadas.

     Ideal seria que esse darem-se as mãos não fosse marcado por episódios esparsos, heroicos, como o do velho barco pesqueiro, mas que constituísse o empenho permanente de qualquer agrupamento humano.

     Imagine, leitor amigo, centenas de pessoas de boa vontade, a invadir uma favela, dispostas a se confraternizar com os favelados, a ajudá-los a superar suas dificuldades, a promover ali a educação, a assistência médica, a melhoria das condições de higiene…

     Prodígios seriam alcançados, reduzindo drasticamente a criminalidade, a desnutrição, o analfabetismo. Melhorariam a qualidade e a expectativa de vida.

     Como destaca a Doutrina Espírita, a miséria não é fruto da vontade de Deus; é resultante do egoísmo humano, da tendência de cada qual cuidar de si mesmo e o resto que se dane.

     ***

     Certamente as pessoas que participaram do salvamento ficaram felizes com o resultado daquele maravilhoso exercício de fraternidade.

     Se consultadas, estou certo de que afirmariam:

     - Jamais sentimos alegria semelhante!

     É o que todos experimentamos quando participamos de um evento dessa natureza.

     Ora, amigo leitor, se há tanta alegria no dar-se as mãos, eventualmente, não seria uma sábia opção fazê-lo permanentemente, dispostos a participar de entidades filantrópicas, onde muitas pessoas exercitam boa vontade para atender carências e infortúnios alheios?

     Ensina a Doutrina Espírita que carregamos na Terra o peso de nossos comprometimentos com o erro, o vício, o desregramento, o mal, em vidas anteriores.

     Estão neles as origens dos desajustes, tristezas e angústias que frequentemente nos oprimem.

     Essa pesada carga de nosso pretérito será sempre aliviada, e muito, quando nos dermos as mãos para os serviços do bem.

     Era isso que Jesus queria dizer ao proclamar, no Sermão da Montanha:

    

     Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

    

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