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Artigo do Jornal: Jornal Setembro 2013
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    Ao buscarmos a Doutrina Espírita o fazemos por vários motivos. Um deles, talvez o mais corriqueiro, seja a cura dos nossos males. Muito justo isto. Afinal as dores nos tomam de assalto tirando nossas condições até de respirar o bom ar que nos rodeia. Passados os primeiros momentos, as primeiras informações, instruções, terapias, situamo-nos em dois pontos distintos: continuar frequentando o Centro Espírita ou abandoná-lo por julgarmos não ser mais necessário em nossas vidas. É aí que devemos refletir com propriedade.

    Jesus nos disse: "E quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o encontrando, diz: Tornarei para minha casa, aonde saí. E chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele entrando, habitam ali, e o último estado desse homem é pior do que o primeiro". Citado por Lucas, 11:24-26. Isto nos faz pensar sobre o que mais desejamos para nossas vidas. Se não nos cuidarmos as dores retornarão e piores ainda. Panaceias não fazem parte dos postulados espíritas. As enfermidades, segundo Bezerra de Menezes, têm origem em três possibilidades: obsessão, influências do ambiente ou ditames cármicos. Em todas elas necessitamos tempo, persistência e autodisciplina para erradicá-las de nós.

    Ao chegarmos ao Centro Espírita o pronto atendimento se faz. A espiritualidade conduz até nós os recursos disponíveis para um primeiro momento. Contudo, somos egressos de inúmeras existências em corpos físicos e raramente construímos nas eras passadas uma história pautada nos retos caminhos das Leis Divinas. Somando-se a isto existiram os interstícios entre as encarnações, vividas no mundo espiritual e nem sempre em áreas salubres eivadas de paz e harmonia, estudos e bons aparelhamentos.

    Agimos e interagimos constantemente manipulando energias. Essas energias se fixaram em nós, construindo ou desconstruindo, fortalecendo o ego inferior ou o self, centelha divina. Somos seres perfectíveis, criados para a unidade com Deus. Assim as que fortalecem o ego inferior necessitam ser expurgadas e o são, em muitas vezes, com históricos dolorosos. Se no passado caminhávamos sem as devidas orientações pautadas na Doutrina Espírita que nos permite fazer diferente, o homem atual necessita assumir definitivamente uma postura mais solidificada nas bases cristãs. E isto ele encontra de forma insofismável no Espiritismo. Segundo Kardec a Doutrina é científica, filosófica com efeitos morais. Ao ser moralizado abrem-se as janelas de onde se vislumbram os caminhos para o Pai Maior.

    Assim, o Espiritismo, ao nos fornecer esta possibilidade, pode nos libertar das pesadas algemas da incredulidade ou da indiferença quanto ao Evangelho de Jesus e suas premissas orientadoras. A bem da verdade o grande projeto da transição planetária teve início quando da vinda do Mestre ao plano físico. De lá para cá o que se viu foi um constante caminhar do homem em busca do racional e de um Deus onipotente, onipresente, justo, bom, imaterial, único... Evidente que muitos foram os enganos cometidos enquanto se buscava o eixo central que ligasse a criatura ao Criador. Com o advento da Doutrina Espírita tudo se tornou mais fácil porque inteligível. O abstrato tornou-se concreto, a imortalidade palpável e os fundamentos básicos do ser da Terra esclarecidos pelos estudos da reencarnação e a lei de causa e efeito, mediunidade e pluralidade dos mundos habitados, formando um grande leque de eventos onde o aprendiz pode se beneficiar dos ventos benfazejos da fé à luz da razão. Isto, claro, se assim o desejar.

    Portanto, não se deve ir ao Centro Espírita apenas na cata da cura imediata para os seus males superficiais. Há muito que fazer em nós. Há que se penetrar no mais fundo, esquadrinhando as raízes das enfermidades e dissipá-las definitivamente através dos estudos e mudanças de hábitos, reformulando-se intimamente. Este o dever das Casas Espíritas: orientar. Este o dever dos frequentadores: estudar para entender e entender para libertar-se definitivamente. O caminho para as estrelas está aberto. Os tempos vindouros já dão mostras dos seus avanços. Seremos quem naquele contexto: contumaz buscadores de curas imediatas, errantes em potencial ou aprendizes sinceros e persistentes? A voz da razão nos convida a refletir. Reflitamos, pois.

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