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Artigo do Jornal: Jornal Maio 2013

Sobre o autor

Iris Sinoti

Iris Sinoti

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calunia"Mesmo que sejas tão puro quanto a neve, não escaparás à calúnia". William Shakespeare

   Encontramo-nos em processo de evolução, o que implica que estamos sujeitos às injunções herdadas das nossas experiências transatas, tanto dos seus conteúdos bons como também dos maus, pela própria condição do planeta que ainda se encontra na transição de planeta de provas e expiações para planeta de regeneração.

   Pelo largo período predominando os conteúdos de natureza primitiva, estes se fixaram nos hábitos morais, mantendo-nos em estado de defesa agressiva que contamina e alimenta as nossas emoções, mantendo-nos em estado egoico, distanciando-nos do Si-mesmo.

   Com isso, ainda cedemos lugar aos apelos inferiores, abrindo mão dos que proporcionam ascensão espiritual. Dentre eles, lideram o orgulho, a inveja, o ressentimento, a agressividade, a mentira e a calúnia. Caluniar consiste em difamar fazendo acusações falsas. E se refletirmos bem, quem é que nunca foi vítima e por vezes algoz da calúnia?

   Afirmativas como "onde há fumaça há fogo", em verdade são armas utilizadas pelos caluniadores. O correto é: "onde há fumaça há um caluniador". Para bom entendedor, quem está sendo exposto não é o caluniado, mas sim o caluniador: revela-se e desvenda um interior conflitado, um ego atormentado. Por isso mesmo, conforme estabelece André Luiz na obra Os Mensageiros, " a calúnia é um monstro invisível, que ataca o homem através dos ouvidos invigilantes e dos olhos desprevenidos".

   Mas, por que isso ainda é possível? Se somos homens e mulheres que buscamos um contato maior com Deus, que buscamos a espiritualidade e a espiritualização, nos dedicamos ao bem e fazemos caridade, será que temos que nos deparar com a calúnia e tantos outros sentimentos e emoções inferiores? É que o caminho para o autoencontro passa pela integração da nossa própria sombra, e na tentativa de fazer o bem nos deparamos com o mal ainda existente em nós e nos outros. Isso nos faz recordar as reflexões do Apóstolo Paulo, quando declarou: "... com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço." Romanos 7:18-19

   Mas para vencer esses impulsos, no tocante à calúnia, é importante conhecer algumas das suas causas, assim como os mecanismos para dela nos precavermos:

Causas da Calúnia:

  1. Toda vez que o indivíduo se sente ameaçado em sua fortaleza egoica, é dominado pela inveja e ataca aquele que supõe seu adversário. Se fosse uma pessoa honesta falaria diretamente, não se utilizando da calúnia.

  2. Por sentir-se bem na condição que se encontra, não deseja permitir que o outro alce voo, usa assim da calúnia contra o suposto inimigo usando de meios como: gerar dificuldades no trabalho, criar desentendimentos à sua volta, produzir campanhas difamatórias, e não perceber que assim preserva a própria inferioridade.

  3. Resistência à mudança. De maneira consciente ou inconsciente a pessoa permanece em ociosidade mental e moral, fixando-se no suposto inimigo, retroalimentando-se com a própria insânia.

  4. Por causa da resistência não aceita esclarecimentos, não admite que outra pessoa esteja em melhor condição emocional que ele.

  5. Autovaloriza-se e autopromove-se, consequência do complexo de inferioridade, necessitando diminuir o outro para sentir-se melhor.

  6. As qualidades morais do outro acionam a sombra do caluniador.

Como proteger-se da calúnia:

  1. Não fique aflito; lembre-se que a calúnia é uma falsa verdade.

  2. Não prove desse veneno, pois se reservares espaço mental a calúnia perturbará suas emoções ativando assim seus complexos.

  3. Na calúnia muitas vezes existe uma tentativa do caluniador de projetar a própria imagem, utilizando-se da pessoa que ele tem como inimigo.

  4. Se a tua conduta é correta, se não agride a sociedade, não fere ninguém, continua sem temor nem sofrimento na realização daquilo que consideras importante para a tua existência.

  5. Desminta a calúnia com teus atos de amor e bondade. Crescendo e iluminando-te.

   Que seja a tua postura aquela que nunca revida o mal com o mal, nem acusações com acusações, reserva-te então em comunhão com o Cristo e como Ele mesmo nos advertiu: "Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não" (Mt.5.37). 

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