
Nesse mesmo tom, incontáveis chistes:
Não falo com minha sogra há quase dois anos. Ela não gosta de ser interrompida.
Não mando minha sogra pro inferno porque tenho pena do diabo.
Sogra não tem problemas no trânsito, vassoura não engarrafa.
Sogra não é parente. É castigo.
A única sogra que presta é a da minha mulher.
Sogra é como cerveja, só é boa gelada e em cima da mesa.
Minha sogra caiu do céu. Deu pane na vassoura.
Se sogra fosse boa, você não tinha só uma.
Pobres sogras!
Carregam fardo pesado, com toda a carga negativa que o nome impõe, sinônimo de bruxa.
Chico Xavier, com o bom humor e a sabedoria que o caracterizavam, modifica a visão pejorativa, com notável resposta que deu a alguém que se queixava da presença da sogra, morando em sua casa, causando-lhe mal-estar.
– Quando o genro procura ser um filho para a sogra, a sogra se sente na obrigação de lhe ser segunda mãe.
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Estereótipo pode ser definido como ideia preconcebida sobre alguém ou algo. Exemplo: Considerar a sogra um sinônimo de encrenca.
As pessoas levam tão longe essa concepção que genros e noras nem mesmo as aceitam como gente da família, ainda que convivendo sob o mesmo teto.
Problemas de relacionamento, no universo de pais e filhos, marido e mulher, irmãos e irmãs, dentro do lar, são sempre toleráveis.
Mas, se a sogra se atreve a qualquer interferência, logo o ambiente se tumultua, e se fala em ingerência indevida, de alguém que não é parente.
Uma senhora, em boa situação financeira, ajudou durante bom tempo sua filha que, engravidando, casou-se antes de formar-se. O marido também estava estudando, sem emprego definido.
Ela, viúva, garantia genro, filha e neta, que moravam em sua casa.
Certa feita, vendo que o casal estava tomando uma iniciativa equivocada, procurou alertá-los. A resposta do genro foi curta e grossa.
– A senhora não tem nada que dar palpite em nossa vida!
Na sua concepção, a sogra tinha apenas o dever de sustentá-los, sem nenhum direito.
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Bem, considerando que o inverso ocorra e que a sogra o seja em toda a extensão pejorativa do termo, não podem genros e noras, por mais intransigentes, ignorar algo elementar:
Ela é, acima de tudo, um Espírito imortal encarnado, com virtudes e defeitos próprios do estágio evolutivo em que se encontra a Humanidade.
E mais, segundo um velho princípio de psicologia, tenderá a se comportar da forma como a vemos.
Estimular pequenas virtudes é uma forma de desenvolvê-las.
Apontar defeitos e mazelas é a melhor maneira de exacerbá-los.
Se você, leitor ou leitora, não está convencido quanto à justeza da afirmativa desse princípio, experimente considerar sua sogra uma segunda mãe, valorizando os aspectos positivos de sua personalidade e ignorando suas deficiências.
Evite comentários desairosos a seu respeito, valorize o que tenha de bom e terá agradáveis surpresas, vendo a “bruxa” converter-se numa segunda mãe.