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SimonDeweyFishersofMenJesus em dois momentos de sua vida na Terra

Fatos revelados pelo Espírito Humberto de Campos no inicio e no final da vida de Jesus – As últimas palavras proferidas na cruz – A importância da obra mediúnica de Chico Xavier

Gerson Simões Monteiro
Vice- Presidente da FUNTARSO
Operadora da Rádio Rio de Janeiro
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No livro No Roteiro de Jesus, apresentei uma coletânea de mensagens do Espírito Humberto de Campos, psicografadas pelo médium Chico Xavier, em diversas obras editadas pela FEB, destacando-se em todas elas o aspecto revelador, isto é, relato de acontecimentos em torno da vida de Jesus não registrados no Novo Testamento.
Vamos apresentar apenas dois fatos marcantes dessa obra, um que se refere o início da vida de Jesus na Terra, e outro quando se despedia desse mundo dependurado no madeiro infamante.

Simeão revela Jesus como o Messias esperado

No Evangelho de Lucas há o registro de quando Jesus foi levado ao Templo em Jerusalém por seus pais, para cumprimento de uma obrigação religiosa, isto é, se o primeiro filho de uma mulher fosse menino ele seria dedicado ao Senhor. Para isso, a exigência mínima para os pais era a de oferecer nesse ato um par de rolinhas, ou dois filhotes de pombos.
Quando Maria e José chegaram ao Templo para apresentar o menino ao Senhor, encontraram Simeão que o tomou em seus braços dizendo: ”Senhor, agora eu posso morrer em paz. Pois eu vi o Salvador que o Senhor prometeu que eu veria (Lucas: 2:28, a 32)”. O Espírito Humberto de Campos, relatando em detalhes esse episódio do Novo Testamento, diz que Simeão conservou Jesus nos braços acolhedores, à distância de José e Maria, e dirigiu-lhe a palavra, com discreta emoção:

A INDAGAÇÃO DE SIMEÃO

“- Celeste Menino – perguntou o patriarca -, por que preferiste a palha humilde do Eterno Senhor na Terra, como não vestiste a púrpura imperial? Como não nasceste ao lado de Augusto, o divino, para defender o flagelado povo de Israel? Longe dos senhores romanos, como advogarás a causa dos humildes e dos justos? Por que não vieste ao pé daqueles que vestem a toga dos magistrados? Então, poderias ombrear com os patrícios ilustres, movimentar-te-ias entre legionários e tribunos, gladiadores e pretorianos, atendendo-nos à libertação... Por que não chegaste, como Moisés, valendo-se do prestígio da casa do faraó? Quem te preparará, Embaixador do eterno, para o ministério santo? Que será de ti, sem lugar no Sinédrio? Samuel mobilizou a força contra os filisteus, preservando-nos a superioridade; Saul guerreou até a morte, por manter-nos a dominação; Davi estimava o fausto do poder; Salomão, prestigiado por casamento de significação política, viveu para administrar os bens enormes que lhe cabiam no mundo... Mas... Tu? Não te ligaste aos príncipes, nem aos juízes, nem aos sacerdotes... Não encontrarias outro lugar, além do estábulo singelo?!...”
Jesus menino escutou-o, mostrou-lhe sublime sorriso, mas o ancião, tomado de angústia, contemplou-o, mais detidamente, e continuou:
- Onde representarás os interesses do Supremo Senhor? Sentar-te-ás entre os poderosos? Escreverás novos livros da sabedoria? Improvisarás discursos que obscureçam os grandes oradores de Atenas e Roma? Amontoarás dinheiro suficiente para redimir os que sofrem? Erguerás novo templo de pedra, onde o rico e o pobre aprendam a ser filhos de Deus? Ordenarás a execução da lei, decretando medidas que obriguem a transformação imediata de Israel?

A RESPOSTA DO MENINO

Depois de longo intervalo, indagou em lágrimas: - Dize-me, ó divina criança, onde representarás os interesses de nosso Supremo Pai?
O menino tenro ergueu, então, a pequenina destra e bateu, muitas vezes, naquele peito envelhecido que se inclinava já para o sepulcro... Nesse instante, aproximou-se Maria e o recolheu nos braços maternos. Somente após a morte do corpo, Simeão veio, a saber, o Menino Celeste não o deixara sem resposta.
O Infante Sublime, no gesto silencioso, quisera dizer que não vinha representar os interesses do Céu nas organizações respeitáveis, mas efêmeras da Terra. Vinha da casa do Pai justamente para representá-lo nos corações dos homens.


As derradeiras palavras de Jesus na cruz

A importância da obra mediúnica de Chico Xavier é o seu aspecto revelador. A respeito da vida de Jesus, as informações param no Novo Testamento, porém, pela mediunidade abençoada do médium mineiro, temos notícias de fatos vividos pelo Mestre, além dos registros evangélicos — como é o caso do Anjo Solitário, narrado pelo espírito Humberto de Campos, no capítulo 34 do livro Estante da Vida.
Narra o benfeitor espiritual que enquanto o Mestre ago¬nizava na cruz, rasgava-se o céu em Jerusalém e enti¬dades angélicas, em grupos extensos, desciam sobre o Calvário doloroso...
Na poeira escura do chão, a maldade e a ignorância expeliam trevas demasiadamente compactas para que alguém pudesse divisar as manifestações sublimes.
Fios de claridade indefinível passaram a ligar o madeiro ao firmamento, embora a tempestade se anunciasse à distância...
O Cristo, de alma sedenta e opressa, contemplava a celeste paisagem, aureolado pela glória que lhe bafejava a fronte de herói, e os emissários do paraíso chegavam, em bandos, a entoarem cânticos de amor e reconhecimento que os tímpanos humanos jamais poderiam perceber.
Os anjos da ternura rodearam-lhe o peito ferido, como a lhe insuflarem energias novas.
Os portadores da consolação ungiram-lhe os pés sangrentos com suave bálsamo.
Os embaixadores da harmonia, sobraçando instrumentos delicados, formaram coroa viva, ao redor de sua atribulada cabeça, desferindo comovedoras melodias a se espalha¬rem por bênçãos de perdão sobre a turba amotinada.
Os emissários da beleza teceram guirlandas de rosas e lírios sutis, adornando a cruz ingrata.
Os distribuidores da justiça, depois de lhe oscularem as mãos quase hirtas, iniciaram a catalogação dos cul¬pados para chamá-los a esclarecimento e reajuste em tempo devido.
Os doadores de carinho, em assembleia encantadora, postaram-se à frente dele e lhe acariciavam os cabelos empastados de sangue.
Os enviados da luz acenderam focos brilhantes nas cha¬gas doloridas, fazendo-lhe olvidar o sofrimento.

O ANJO QUE OUVIU JESUS

Trabalhavam os mensageiros do Céu, em tomo do Sublime Condutor dos homens, aliviando-o e exaltando--o, como a lhe prepararem o banquete da ressurreição, quando um anjo aureolado de intraduzível esplendor apareceu, solitário, descendo do império magnificente da Altura.
Não trazia seguidores e, abeirando-se do Senhor, beijou-lhe os pés, entre respeitoso e enternecido. Não se deteve na ociosa contemplação da tarefa, que naturalmente cabia aos companheiros, mas procurou os olhos de Jesus, dentro de uma ansiedade que não se observara em nenhum dos outros.
Dir-se-ia que o novo representante do Pai Compassivo desejava conhecer a vontade do Mestre, antes de tudo. E, em êxtase, elevou-se do solo em que pousara, aos braços do madeiro afrontoso. Enlaçou o busto da Inesquecível Supliciado, com inexcedível carinho, e colou, por um instante, o ouvido atento em seus lábios que balbuciavam de leve.
Jesus pronunciou algo que os demais não escutaram distintamente.
O mensageiro solitário desprendeu-se, então, do lenho duro, revelando olhos serenos e úmidos, e de imediato, desceu do monte ensolarado para as sombras que começavam a invadir Jerusalém, procurando Judas, a fim de socorrê-lo e ampará-lo.
Se os homens não lhe viram a expressão de grandeza e misericórdia, os querubins em serviço também não lhe notaram a ausência. Mas suspenso no martírio, Jesus contemplava-o, confiante, acompanhando-lhe a excelsa missão, em silêncio.
Este era o anjo da Caridade.
Pelo visto, as derradeiras palavras de Jesus na cruz não foram "Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem", mas sim as palavras balbuciadas ao ouvido do Anjo Solitário para socorrer o amargurado espírito de Judas.

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